Restando menos de uma semana para o início da temporada 2020 da F1, a Mercedes fez uma rápida mudança em seu carro, para este ano, o time alemão irá competir com a cor preta, simbolizando o combate ao racismo. Pela primeira vez desde seu retorno à categoria em 2010, a equipe não irá correr com o tradicional prata.
A nova pintura fará sua estreia logo na etapa de abertura, neste domingo (5) na Áustria e foi divulgada nas redes sociais do time alemão, “vamos competir de preto em 2020, como um compromisso público para melhorar a diversidade de nossa equipe – e uma declaração clara de que somos contra o racismo e todas as formas de discriminação.”
O chefe da equipe, Toto Wolff, exaltou a iniciativa da Mercedes e também fala da importância do combate ao racismo. Para o austríaco, a luta contra a discriminação deve ser feita a todo custo e irá recrutar jovens talentos da maior variedade possível, para atuarem na Mercedes:
“O racismo e a discriminação não têm lugar em nossa sociedade, esporte ou equipe: essa é uma crença central na Mercedes. Mas não basta ter as crenças e a mentalidade certas se permanecermos em silêncio. Desejamos usar nossa voz e nossa plataforma global para defender o respeito e a igualdade, e a Flecha de Prata correrá de preto durante toda a temporada 2020 para mostrar nosso compromisso com uma maior diversidade dentro de nossa equipe e esporte. Pretendemos encontrar e atrair os melhores talentos da maior variedade possível de experiências e criar caminhos confiáveis para que eles atinjam nosso esporte, a fim de formar uma equipe mais forte e diversificada no futuro.”
Pivô na luta contra o racismo depois do assassinato do americano George Floyd e também presente na passeata do último dia 21 em Londres, o hexacampeão Lewis Hamilton, tem tido voz ativa na luta contra o racismo e diz que o atual momento deve ser lembrado como forma de educar e conscientizar sobre o caso:
“É tão importante que aproveitemos esse momento e o utilizemos para nos educar se você é um indivíduo, marca ou empresa para fazer mudanças realmente significativas quando se trata de garantir igualdade e inclusão. Pessoalmente, experimentei racismo em minha vida e vi minha família e amigos experimentando racismo, e estou falando de coração quando apelo à mudança. Quando falei com Toto sobre minhas esperanças em relação ao que poderíamos alcançar como equipe, eu disse que era tão importante que nos mantivéssemos unidos. Gostaria de agradecer imensamente a Toto e ao Mercedes Board por dedicar um tempo para ouvir, conversar e realmente entender minhas experiências e paixões, e por fazer essa importante declaração de que estamos dispostos a mudar e melhorar como empresa”.
Hamilton afirma que a iniciativa da Mercedes criará um legado para o time alemão, que irá muito além do esporte e abrirá as portas para um público cada vez mais diversificado:
“Queremos construir um legado que vá além do esporte e, se pudermos ser os líderes e começar a construir mais diversidade em nosso próprio negócio, ele enviará uma mensagem tão forte e dará aos outros a confiança necessária para iniciar um diálogo sobre como eles podem implementar mudança.”
Já seu companheiro de equipe, o finlandês Valtteri Bottas, diz que a F1 ainda tem muitas barreiras para pessoas que não tem tido muito contato com o esporte e para ele, é importante que todos estejam unidos contra o racismo:
“A Fórmula 1 é um mundo definido pelo desempenho, mas ainda contém muitas barreiras para pessoas de origens que tradicionalmente não fazem parte do esporte. Sabemos que nossas equipes são mais fortes quando são mais representativas da sociedade da qual fazemos parte, e é importante que estejamos unidos e demonstremos nosso compromisso com a mudança. Racismo e discriminação não têm lugar em nosso esporte ou em nossa sociedade e tenho orgulho de estar com a equipe, com Lewis e com a Mercedes-Benz em fazer esta importante declaração. ”