O Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/Ebserh) passa a contar com um Laboratório de Simulação Realística, uma parceria da Divisão de Enfermagem com a Gerência de Ensino e Pesquisa e Faculdade de Enfermagem da UFJF.
O cenário em simulação realística na área da saúde é importante para o planejamento e a organização dos cursos de formação profissional, capacitação e treinamento dos profissionais de saúde, residentes e alunos da graduação, afirma o superintendente do HU-UFJF, Dimas Araújo. “Os aprendizados adquiridos ao serem incorporados na prática diária dos profissionais irão garantir uma assistência segura aos pacientes. Além disso, neste momento de pandemia, as equipes irão receber treinamento de como cuidar de pacientes com Covid-19 em procedimentos diversos com foco na segurança dos profissionais.”
Como explica a gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFJF, Angela Gollner, a criação de um ambiente para treinamento em habilidades é um sonho acalentado há muitos anos. Com a necessidade de implementação da Enfermaria Covid-19, houve uma maior demanda de capacitação para a equipe de enfermagem, com treinamentos para atuarem em situações críticas. Assim, organizou-se o espaço na Unidade Santa Catarina, que contou com apoio de inúmeros profissionais e voluntários de várias áreas do HU e da UFJF.
“Participamos da criação de um núcleo de capacitação de multiplicadores em habilidades e simulação da Ebserh Sede, e hoje contamos com 35 profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outras áreas de atuação da saúde fazendo o curso em Educação a Distância”, ressalta a gerente de Ensino e Pesquisa. “A simulação realística e o treinamento de habilidades apresentam-se como a melhor ferramenta para reduzir erros, aumentar a segurança e obter os melhores resultados na assistência.”
Conforme a responsável pela Divisão de Enfermagem do HU, Paula Gazola, “o Laboratório de Habilidades foi idealizado antes da pandemia como ferramenta de apoio à nossa instituição enquanto campo de ensino, pesquisa e assistência. O legado pós-pandemia será a implementação de uma prática de ensino atualizada que nos proporcionará núcleos de ensino e pesquisa prática voltados para uma assistência qualificada de nosso staff assistencial e acadêmico”.
A simulação da prática também é destacada como diferencial pelo gerente de Atenção à Saúde do HU, Sérgio Paulo Pinto. “É um salto de qualidade para o hospital, porque pode reproduzir situações que acontecem no dia a dia, que no meu entendimento é muito mais eficaz no treinamento da pessoa do que o tradicional, de aula. É um ganho permanente para o hospital, possibilitando o treinamento das equipes, formando equipes, criando protocolos e processos.”
Trabalho com a Faculdade de Enfermagem
A criação do laboratório contou com ajuda de profissionais da Faculdade de Enfermagem da UFJF. A professora Kelli Borges foi uma delas. “Nós contribuiremos na elaboração de cenário de prática, organização do laboratório, roteiro de atividades, cronograma e ainda dos treinamentos.”
Para a professora, “a simulação e o laboratório de habilidade são uma tentativa de deixar a capacitação mais atrativa. Para um hospital universitário, é importante ser um exemplo de capacitação. “Nós temos professores pesquisadores muito próximos dos profissionais que prestam o cuidado. Dessa forma, ter um local para manter os profissionais capacitados e motivados a entregar uma assistência de qualidade é fundamental para mostrar à sociedade que a assistência e a ciência caminham juntas.”
Necessidade de capacitação em função da Covid
Segundo a médica do HU, Maria Augusta de Souza, especializada em treinamento com simulação e diretamente envolvida na criação do laboratório, o treinamento com simulação é uma estratégia moderna e eficiente para desenvolvimento de habilidades. Neste contexto de pandemia, é fundamental o treinamento em habilidades técnicas decisivas, como intubação orotraqueal, reanimação de parada cardiorrespiratória e manejo de ventilação mecânica, seja para profissionais já familiarizados com as práticas, seja para quem está se deslocando de sua área de atuação para o enfrentamento em áreas menos afins. E nesta situação de insegurança e estresse, também é importante o treinamento com desenvolvimento das habilidades não técnicas: consciência situacional, tomada de decisão, comunicação, trabalho em equipe, liderança, gerenciamento de conflito e fadiga, habilidades essenciais para as atividades que envolvem alto risco.
Entre os equipamentos especiais para esse tipo de treinamento, estão manequins de baixa fidelidade que simulam braço para punção venosa, tronco para reanimação, cabeça para intubação, até manequins que respiram, têm sons cardíacos, pulmonares, pulsos centrais e periféricos.
Fonte: Assessoria