Coordenador do enfrentamento ao Coronavírus defende manutenção do isolamento social

Nessa quarta-feira (29), a Comissão Especial de Acompanhamento e Fiscalização dos atos do Poder Executivo no Enfrentamento ao Coronavírus se reuniu com o coordenador das ações de combate à Covid-19 da Prefeitura de Juiz de Fora, o secretário Rômulo Veiga, que defendeu a manutenção do isolamento social. Fazem parte da Comissão e estiveram na reunião os vereadores Marlon Siqueira (PP), como presidente, e os membros Sargento Mello Casal (PTB), Kennedy Ribeiro (PV) e  Zé Márcio – Garotinho (PV).

O vereador Marlon Siqueira defendeu cautela na avaliação da retomada das atividades no comércio e indústria. Sobre o assunto, Rômulo informou que a PJF está aguardando um posicionamento do Governo de Minas por meio do programa Minas Consciente, porém foi enfático ao defender a manutenção do isolamento social. “A pior coisa que as pessoas podem fazer é achar que estamos superando a crise. Talvez a estejamos vivenciando de maneira mais lenta”. O secretário ressaltou que “o prefeito resolve numa ponta, mas quem resolve o problema do empresário é o governo federal”, citando políticas públicas que foram adotadas em outros países, nos quais o governo assumiu a folha de pagamento de empresas e emitiu moeda para manter a economia girando.

Situação do sistema de saúde em Juiz de Fora

A previsão é a de que ocorra o pico da doença em Juiz de Fora no final de maio. Em parceria com a UFJF, são feitos 80 testes por dia, com resultado em 48h. Rômulo lembrou que uma pessoa contamina outras seis pessoas, que juntas contaminam mais 36 pessoas e que, sem o isolamento social, em 15 dias esse grupo pode chegar a 46 mil contaminados. Destes, 20% precisam de tratamento em hospital e 5% vão precisar de UTI, que em Juiz de Fora já tem taxas de ocupação em torno de 70%.

O vereador Kennedy Ribeiro questionou sobre a possibilidade de construção de um hospital de campanha. Rômulo informou que o governo federal entregou menos de 20% do que foi prometido há 2 meses e que o maior problema está em conseguir os equipamentos. “Hospital de campanha sem leitos de UTI não adianta e hoje não temos como arranjar esses leitos”, afirma. A prática mais recomendada é de que seja utilizada a infraestrutura já existente dos hospitais que tenham cerca de 30% ou 40% de espaço disponível para novos leitos e, no Brasil, a expectativa dos gestores está em torno da aprovação e fabricação de um respirador recém-criado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que é montado em duas horas e custa 15 vezes mais barato do que o modelo disponível no mercado.

Barreira sanitária

Rômulo informou que na última semana foram registrados 10 casos de pessoas que vieram contaminadas de outras cidades para ter acesso ao sistema de saúde em Juiz de Fora. Pelas políticas do SUS, de acesso universal à saúde, qualquer pessoa tem o direito de ser atendida em hospital público, sem necessidade de comprovar endereço.“Nenhum município tem competência para travar suas entradas, não temos um protocolo nacional de ação para isso e a portaria teria que vir do Ministério da Saúde regulamentando os critérios”. O vereador Zé Márcio avalia que isso aumenta a circulação do vírus na cidade e ocupa leitos que são planejados para atender a população local. “Como Juiz de Fora não previu a vinda de pacientes de outros estados acredito que seja fundamental a implantação de barreiras sanitárias nos acessos do município para evitar que esse fluxo migratório aumente e sobrecarregue nosso sistema de saúde”, defende.

Vale alimentação para distribuição de merenda escolar

Mello Casal enfatizou a necessidade de resolver com urgência a situação das famílias que necessitam da distribuição de merenda escolar. Em reunião na Câmara, no dia 17 de abril, representantes da PJF anunciaram um sistema de vale alimentação no valor de 50 reais por aluno por semana, atendendo cerca de 16 mil estudantes e suas famílias. De acordo com o secretário será publicado nos próximos dias um Edital de chamamento público para credenciar empresas interessadas, que terão 5 dias para entregar os cartões via Correios na casa dos alunos. Para os que não tiverem endereço regular, o cartão será entregue nas escolas. A lista de itens que poderão ser comprados com o cartão será divulgada pela PJF. Depois de efetuada a compra, o responsável deve prestar contas e, caso seja identificado algum produto não permitido, o benefício será suspenso. Por recomendação do MEC, os alimentos da merenda que estão em depósito serão devolvidos aos fornecedores, gerando um crédito ao erário.

 

Fonte: Assessoria




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