Representantes dos 13 países que integram o Conselho Sul-Americano de Esporte (Consude) reuniram-se por meio de videoconferência, para discutir o futuro da edição 2020 dos Jogos Sul-Americanos Escolares diante das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus.
Participaram da reunião ministros de Esporte, secretários e dirigentes esportivos de Argentina, Bolívia, Bonaire, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, Suriname e Guiana. Ao fim, ficou decidido que um novo encontro virtual será realizado em 12 de maio, quando haverá um cenário mais concreto para definir a realização ou não dos Jogos Sul-Americanos Escolares, previstos para serem disputados no Brasil, em dezembro.
O Brasil foi representado na reunião por Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania; André Alves, secretário especial adjunto da Secretaria Especial do Esporte; Fabiola Molina, secretária nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS) da Secretaria Especial do Esporte; e Robson Aguiar, vice-presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE).
Sob coordenação do Paraguai, que exerce atualmente a presidência do Consude, a videoconferência permitiu aos representantes de cada país detalhar as medidas de combate à pandemia do COVID-19. O Brasil ressaltou que espera ter condições de sediar os Jogos Sul-Americanos em dezembro. “Esta reunião é importante para sabermos mais sobre a situação em cada um dos países envolvidos nos Jogos Sul-Americanos Escolares e para entender as reais possibilidades de o Brasil receber a competição em dezembro, como previsto”, afirmou Marcelo Magalhães.
“Se os Jogos puderem ser disputados em dezembro, é sinal de que a questão do vírus estará controlada em nosso país”, destacou André Alves. “Mas trata-se de uma situação muito complicada para todos os países. A decisão por uma nova reunião em 12 de maio é acertada, pois, até lá, devemos ter um cenário mais claro para uma tomada de decisão”, prosseguiu. Caso não seja possível a realização em dezembro, aventou-se, na reunião desta quarta-feira, a possibilidade de que os Jogos Sul-Americanos Escolares sejam disputados em abril de 2021.
Um dos pontos importantes debatidos na videoconferência foi a sinergia que os ministérios e secretarias nacionais de Esporte têm desenvolvido com os governos federais na adoção de medidas de emergência sanitária e de apoio à comunidade esportiva, além de criar condições de acompanhamento à cidadania, por meio de ações para promover atividades físicas dentro de casa, evitando aglomerações.
Calendário
Em dezembro de 2019, os Jogos Escolares Sul-Americanos foram realizados em Assunção, no Paraguai. Ao final da competição, o Brasil recebeu a bandeira do Consude e assumiu o compromisso de sediar a edição do evento em 2020.
No dia 18 de fevereiro deste ano, durante assembleia do Consude, realizada em Salinas, no Equador, o Brasil anunciou a cidade de Fortaleza como possível sede dos Jogos Sul-Americanos Escolares 2020. Brasília também é uma alternativa. A expectativa inicial era receber cerca de 1.500 atletas, com idades entre 12 e 14 anos, para a disputa de 11 modalidades.
Entretanto, a pandemia do novo coronavírus alterou o calendário esportivo em todo o planeta. Entre outras competições, a crise sanitária forçou o adiamento até mesmo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020, que acabaram sendo transferidos para julho de 2021.
O principal dilema enfrentado pelo Consude refere-se ao cenário de incerteza que todos os países ainda vivem em relação ao coronavírus, já que, neste momento, é impossível cravar quando a pandemia da COVID-19 será debelada.
Outro ponto que surge como entrave para a realização dos Jogos Sul-Americanos Escolares neste ano é que as etapas regionais e nacionais classificatórias para o evento continental tiveram que ser canceladas em diversos países.
No Brasil, por exemplo, as etapas regionais, que deveriam ser disputadas em setembro, foram canceladas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), organizador da competição. Em junho, o COB definirá se será possível ou não a realização da etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude, prevista inicialmente para novembro.
Ainda assim, mesmo que seja possível disputar a etapa nacional, ela terá as dez modalidades individuais previstas inicialmente, mas, excepcionalmente, os esportes coletivos (futsal, voleibol, basquete e handebol) e as novas modalidades que estavam previstas para integrar o programa (taekwondo e ginástica artística) não deverão ser realizadas.
Fonte: Assessoria