O prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas, esteve presente nessa quarta-feira (22) em uma reunião de pastores no Centro Betel da Igreja Assembleia de Deus. Durante o encontro, o mandatário abordou diversos pontos referentes à epidemia do Coronavírus em Juiz de Fora, entre eles sobre a questão dos leitos das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e dos leitos de enfermaria na rede pública. Antônio Almas detalhou os números exatos referentes às taxas de ocupação e desocupação dos leitos:
“Nós temos hoje 108 leitos públicos. Ocupados nós temos 77 gerais, ou seja, referentes a outros tipos de doenças. E nós temos 11 leitos ocupados por Covid-19. Somando tudo isso, nós temos 88 leitos de UTI ocupados e 20 vagos. Diante disso, nós temos uma margem de segurança para os pacientes que necessitam de UTI”.
O prefeito detalhou logo em seguida as situações das enfermarias e as mesmas estão com uma margem segura, na comparação com as principais capitais do Brasil:
“Nas enfermarias nós temos 856 leitos da rede pública em Juiz de Fora. Na rede privada nós chegamos a pouco mais de 1300 leitos. Ocupados hoje, nós temos 323 contagens gerais e 23 casos com Covid-19. Olhando assim a coisa está muito tranquila. Se olharmos hoje para São Paulo, Manaus e Rio de Janeiro, por exemplo, Juiz de Fora está muito tranquilo no nosso entendimento”.
Após fazer um levantamento e detalhamento dos leitos de UTI, o mandatário do município reforçou a necessidade de achatar a “curva” do aumento de casos confirmados e fala sobre a gravidade da contaminação do vírus:
“Qual que é o objetivo do Sistema de Saúde? Sempre discutimos, a partir desse ponto, sobre o achatamento da curva. O problema é que esse vírus, ele tem uma alta transmissibilidade, ou seja, ele passa de um pra outro muito rápido. Há algum tempo atrás, falava-se que um indivíduo contaminava 3 pessoas. Hoje os estudos já nos mostram que um indivíduo contamina 6”.
Diante disso, Antônio Almas esclarece os objetivos que fazem com que a curva de transmissão do Coronavírus esteja dentro da margem de segurança, para que sejam garantidas as vagas nos leitos de UTI:
“Quando eu estou buscando o achatamento da curva, eu estou querendo é com a estrutura que eu tenho de UTI e enfermaria, eu consigo dar respostas adequadas, sem que eu perca vidas desnecessariamente. Para a gente fazer isso, é preciso ser feito o isolamento social. Além disso, nós temos que fazer também o distanciamento social e evitar aglomerações”.
O prefeito conta que foi feita uma medida que é a suspensão de cirurgias eletivas, que segundo ele, contribuiu para disponibilidade de leitos nas UTIs e nas enfermarias:
“Por que isso é importante? Quando faço isolamento social, quando as pessoas param de circular de carro na rua, uma coisa que acontece é diminuir o número de acidentes no trânsito. Com isso, está sobrando aqueles 20 leitos citados anteriormente. Diante disso, as cirurgias eletivas estão suspensas. Essas cirurgias são aquelas que o paciente tem que ficar de 24 a 48 horas na UTI.”
Em um determinado momento da reunião, Antônio Almas falou a respeito sobre o suprimento de equipamentos necessários para o tratamento de pacientes diagnosticados com a doença. Segundo ele, a reserva de UTI no momento do pico da doença é preocupante:
“Nós da prefeitura, temos buscado ampliar esse número de leitos. Quanto ao EPI, nós estamos recebendo ajuda de recursos que estão vindo de várias organizações. Inclusive feitos pelos vereadores através de suas emendas parlamentares, para o combate ao Covid-19. Recebemos recursos de Deputados Estaduais e Federais, do Ministério Público e que todos esses recursos serão explicados.”
Outro ponto importante dito pelo prefeito, é a questão dos testes laboratoriais, segundo ele faz parte da lista de prioridades, não só em Juiz de Fora como também pelo país:
“Esse é um problema no país inteiro. Não tem testes para testar a população como um todo. Aonde deu muito certo o combate a Covid-19, sempre esteve presente a testagem na população, isso aconteceu na Coréia e na Alemanha. Nós da prefeitura estamos tendo muita dificuldade com os testes laboratoriais.”
Outro problema citado sobre a lista de prioridades da Prefeitura, é a quantidade de equipes médicas disponíveis na cidade. Segundo o mandatário, o número de equipes é muito pouco para suprir as necessidades nos hospitais, mas que tem buscado novas alternativas para compor as equipes:
“A quantidade de equipes médicas é muito pouca para uma necessidade maior. Inclusive nós da prefeitura estamos chamando aqueles que fizeram concurso e abrimos um cadastro de voluntários.”
Antônio Almas diz que a Prefeitura tem investido em Equipamentos de Proteção Individual (EPI), no entanto, o mais difícil de ser obtido tem sido os respiradores, pois o valor é muito caro e somente o Governo Federal tem capacidade de adquirir tais materiais. Além disso, conta que um grupo de empresários de Juiz de Fora tentaram realizar a compra, no entanto ocorreu um imprevisto:
“Sobre os respiradores, a gente não consegue comprar, apenas o Governo Federal consegue. Inclusive um grupo de empresários daqui de Juiz de Fora, conseguiu iniciar o processo de compra de 15 respiradores. Chegaram a efetuar a compra, no entanto quando chegaram no Rio de Janeiro, a Polícia Federal confiscou o material e distribuiu para todo o estado do Rio de Janeiro” conclui.