O governador Romeu Zema esclareceu, na tarde dessa quarta-feira (18), as principais medidas adotadas pelo Estado até o momento para conter a epidemia do coronavírus em Minas Gerais. O pronunciamento foi transmitido ao vivo nas redes sociais, como forma de evitar aglomerações físicas, e contou com a presença do secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, do secretário de Justiça e Segurança Pública, general Mario Araujo, e da secretária adjunta de Planejamento e Gestão, Luisa Barreto.
Além de tirar dúvidas de jornalistas sobre as ações do Estado na contenção do vírus e dos impactos provocados pela crise, o governador reforçou a importância de a população se implicar adotando medidas preventivas. Ele fez um pedido, especialmente aos jovens, para que redobrem os cuidados e contribuam para preservar a saúde dos grupos de risco.
“Tenho estudado intensamente o que tem acontecido em outros países que deram errado, como é o caso da Itália, em que já foram registradas milhares de mortes. O que acontece, muitas vezes, é que o jovem tem o sistema imunológico muito mais forte, então ele contrai o vírus e às vezes não apresenta nenhum sintoma, podendo transmitir para seus pais, seus avós, tios-avós e outros parentes mais velhos, até mesmo sem saber. Então, o jovem, principalmente, precisa ter um zelo maior. E vale lembrar que, infelizmente, no Brasil não temos acesso a exames em massa, e eles já estão em falta. Então, um jovem, mesmo que tenha sintomas, talvez tenha dificuldades para fazer exames e ter a certeza de que contraiu o vírus. Por isso, o ideal é se preservar”, disse.
Romeu Zema também fez um apelo aos prefeitos, para que atuem junto ao Executivo estadual de acordo com as demandas específicas de cada região.
“Cada cidade tem as suas particularidades, e cada prefeito tem de não só ser o exemplo, mas também tomar ações locais, principalmente no que diz respeito ao funcionalismo público, às escolas municipais, a tudo o que está sob sua gestão. O trabalho do setor público estadual é importante, mas o do prefeito também. Ele está muito mais próximo da população e tem muito mais condição de acompanhar aquilo que efetivamente acontece e está afetando a sua cidade”, destacou.
Veja, abaixo, alguns trechos das explicações dadas pelo Executivo mineiro acerca das ações relacionadas ao Covid-19:
Por que o Estado decretou que somente escolas da macroregião Central e do Triângulo Norte ficarão fechadas?
Neste momento, é onde há maior incidência de casos e também transmissão comunitária. Vale lembrar que o fechamento durante o dia de hoje (18), quinta-feira, sexta, sábado e domingo é uma medida preliminar. Na sexta-feira (20), vamos dar uma nova informação que provavelmente será por suspender as aulas até o final de março ou abril. Lembrando que isso ainda é uma previsão, vamos confirmar na sexta-feira. A Secretaria de Educação está trabalhando para que os alunos possam estudar de forma não presencial. Sabemos que alguns alunos têm facilidade de ter internet, conseguem fazer e enviar as suas atividades digitalmente, outros não, e a escola deverá fornecer o material para que os alunos façam em casa e devolvam. As escolas permanecerão abertas, mas muito provavelmente sem aulas a partir da próxima semana.
O número de leitos que existem atualmente em Minas Gerais é suficiente para atender a demanda?
Hoje, no Sistema Único de Saúde do Estado, nós temos aproximadamente 2.800 leitos de UTI’s e a taxa de ocupação desses leitos, em tempos normais, é de aproximadamente 73%. Nós já vamos iniciar medidas que vão fazer com que essa taxa de ocupação diminua, porque muitas cirurgias são planejadas. Ou seja, quem está agendado para operar na semana que vem, muitas vezes pode esperar para ser operado numa data mais à frente. Nós queremos que mais leitos de UTI’s fiquem disponibilizados neste momento complicado, em que o número de demandas deve subir muito.
Quando é recomendado fazer os exames que identificam a presença do vírus?
O exame é indicado para aquelas pessoas que estão no grupo de risco e que têm sintomas. De uma forma geral, uma pessoa completamente assintomática, a gente entende dentro da rede pública que não devemos indicar fazer o exame. Por outro lado, na rede particular temos três laboratórios que são certificados pela Funed. Aquelas pessoas que têm sintoma e que tiveram contato ou com alguém que veio do exterior ou da área de risco (São Paulo, Rio de Janeiro e agora Belo Horizonte), ou pessoas que têm contato com familiar que teve diagnóstico clínico, possuem indicação de fazer no atual momento o exame e deve procurar a rede pública para ser orientada sobre onde esse material será colhido.
Como o governo tem agido para evitar a proliferação do Covid-19 no interior do estado?
O cuidado com o interior, de forma geral, é o mesmo com a capital. São cuidados de prevenção. Temos trabalhado, de forma intensa, com relação à Educação, com a suspensão das aulas. Orientamos que quem estiver com sintomas pequenos deve evitar procurar o pronto-atendimento para não correr o risco de contaminar outras pessoas e nem de ser contaminado. Nos preocupamos mais com os casos graves, que irão para hospitais que têm referência, em toda a rede do SUS. Os jovens e as crianças tendem a ter uma sintomatologia menor, então muitas medidas que estamos tomando são para proteger, no final das contas, os idosos, para que eles não tenham complicações graves vinculadas à infecção do Covid. Estamos, junto com o governo federal e os municípios, trabalhando a questão do esclarecimento. As pessoas hoje têm um nível de consciência sobre a gravidade da situação totalmente diferente daquele que elas tinham há a um mês. Nós sabemos que a doença é facilmente transmissível, que o contato facilita muito, e que o grande risco está ligado às pessoas mais idosas.
Fonte: Agência Minas