Dos 44 nomes já garantidos nos Jogos Olímpicos, 90% são bolsistas federais

A luta pela classificação para os Jogos de Tóquio 2020 segue intensa no calendário das modalidades. Se a expectativa do Brasil é levar aproximadamente 300 nomes para o evento que terá início no dia 24 de julho, até o momento 171 vagas estão garantidas. Delas, 44 têm nome e sobrenome – as demais são do país –, sendo que 40 (90,9%) pertencem a contemplados pelo programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento anual nesse grupo é de R$ 5 milhões.

Entre os atletas que já garantiram o passaporte para o Japão, seja por índice ou por classificação direta, 34 integram a categoria Pódio, a mais alta do programa. Além disso, há três nomes na categoria Olímpica, dois na Internacional e um na Nacional. Já entre os Paralímpicos, o Brasil acumula 119 vagas até o momento, sendo que 26 pertencem, nominalmente, a atletas de seis modalidades: atletismo, hipismo, natação, taekwondo, tênis de mesa e tiro esportivo. Todos eles são bolsistas, com um investimento anual previsto  de R$ 3,98 milhões. São 24 atendidos pela categoria Pódio (92,3%) e dois pela Paralímpica.

 

“Estar classificada para a Olimpíada de Tóquio é muito importante para mim. É o sonho de todo atleta”, comenta Flávia Saraiva, que em outubro do ano passado assegurou a vaga durante o Mundial de Ginástica Artística em Stuttgart, na Alemanha,ao terminar com a 10ª melhor nota no individual geral. “A Bolsa Pódio é fundamental para nós, porque nos ajuda a tornarmos os nossos sonhos realidade. Esse apoio ajuda com as despesas e a chegar muito melhor aos nossos objetivos”, completa a ginasta de 20 anos, beneficiada pelo Bolsa Atleta desde 2013.

 

No último mês de fevereiro, o Brasil ampliou o quadro de vagas garantidas. A seleção masculina de futebol, comandada por André Jardine, terminou em segundo lugar no Torneio Pré-Olímpico, na Colômbia, e vai defender o título inédito alcançado nos Jogos Rio 2016. Na vela, Robert Scheidt garantiu a vaga durante o Mundial de Laser, em Melbourne (Austrália), para sua sétima edição olímpica, enquanto Gabriel Borges/Marco Grael (49er) e Kahena Kunze/Martine Grael (49er FX) confirmaram os nomes durante os Mundiais das classes em Geelong, também na Austrália.

 

Já Paulo Roberto de Almeida Paula conseguiu o índice olímpico da maratona em Sevilha, na Espanha, ao terminar a prova em 2h10min08 (a marca exigida é de 2h11min30). “Foi uma prova tática. Tinha em mente correr a 3min06, 3min07 por quilômetro e foi o que aconteceu. Estou feliz pelo índice e por estar quebrando as barreiras da idade”, disse na ocasião o atleta, que completará 41 anos em 8 de julho.

 

Top 10

 A menos de seis meses para a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já está garantido no evento com 119 vagas em 14 modalidades: atletismo, bocha, canoagem, ciclismo, futebol de 5, goalball, hipismo, natação, taekwondo, remo, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo e vôlei sentado. Entre os 26 que têm os postos nominais, 17 são homens (65,4%) e nove, mulheres (34,6%). A região com o maior número de representantes é a Sudeste, com 15 (57,7%), enquanto seis são da Nordeste (23%), três da Centro-Oeste (11,5%), um da Norte (3,8%) e 1 da região Sul (3,8%). A média de idade é de 30,8 anos. O mais jovem é o nadador Wendell Belarmino, com 21 anos, e a mais velha, Beth Gomes, do atletismo, tem 55.

O levantamento é do Projeto Inteligência Esportiva (IE), uma ação conjunta entre o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR), da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. A expectativa do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é que a delegação nacional tenha cerca de 230 atletas e que mantenha o país entre os dez primeiros no quadro geral de medalhas. No Rio 2016, o Brasil terminou em oitavo lugar, com 72 medalhas: 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.

Um dos bronzes de quatro anos atrás teve a participação de Danielle Rauen, na disputa por equipes do tênis de mesa. Bolsista desde 2014, e hoje aos 22 anos, a atleta da classe 9 é presença confirmada em mais uma edição dos Jogos Paralímpicos. “Acho muito importante ressaltar esse apoio que a gente tem da Bolsa Atleta, seja ela Nacional, Internacional, Olímpica e Paralímpica ou a Pódio. Eu já ganhei todas elas, em todos os escalões. Hoje estou na Pódio e a importância que ela tem é gigantesca”, destaca.

 

“Com ela subsidio minha moradia em São Paulo, compro os meus materiais esportivos, o que não é barato, e várias outras coisas que um atleta tem de despesa para a gente poder se preparar da melhor forma: ter a melhor equipe, os melhores profissionais trabalhando com a gente e poder chegar na competição se preocupando só em dar o nosso melhor na mesa, e não com questões financeiras”, explica Danielle. “Sou muito grata a isso e espero sempre dar o melhor retorno possível, com os melhores resultados e representando o país da melhor forma”, completa a mesatenista.

 

Programa Bolsa Atleta

Maior programa de patrocínio direto ao atleta do mundo, o Bolsa Atleta foi criado em 2005 e, ao todo, já concedeu mais de 69,5 mil bolsas, para 27 mil atletas, superando a marca de R$ 1,2 bilhão de investimento. Com o orçamento recomposto durante o governo Jair Bolsonaro, o programa teve, na última publicação, de dezembro do ano passado, 6.248 atletas contemplados de todo o país. Já na lista da Bolsa Pódio, também de dezembro, foram beneficiados 293 atletas. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros, apenas o ouro do futebol masculino não contava com bolsistas. Já nos Jogos Paralímpicos, todas as 72 medalhas foram alcançadas por beneficiados.

 

Fonte: Assessoria

 




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