O Carnaval chegou e, antes de sair de casa para curtir a folia, é importante ter cuidado com a saúde e utilizar camisinha em todas as relações sexuais para a prevenção de HIV/Aids, hepatites, sífilis, além de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Embora os cuidados devam ocorrer durante todo o ano, é neste período que eles precisam ser intensificados. Para reforçar a prevenção, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) distribuirá mais de oito milhões de preservativos em todo o estado durante as festas.
Além disso, para conscientizar os foliões, a SES-MG também lançou a campanha de prevenção à Aids e às ISTs com o tema: “Camisinha. Em qualquer bloco, ela veste bem”. A ação tem o objetivo de estimular o uso do preservativo como forma de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis.
Em parceria com os blocos de carnaval Bartucada; Então, Brilha; Baianas Ozadas; Baianeiros; e Beiço do Wando serão desenvolvidas ações de sensibilização dos foliões, incluindo distribuição de materiais informativos impressos, inspirados nos blocos.
A coordenadora de IST, Aids e Hepatites Virais da SES-MG, Mayara Marques, reforça que a preocupação deve existir sempre, mas, nesse período aumentam os riscos de exposição às infecções sexualmente transmissíveis.
“Por ser um evento de grande relevância em quantitativo de pessoas, o Carnaval se torna uma ocasião em que há um alto consumo de álcool, o que eleva o risco das pessoas terem relação sexual desprotegidas”, afirma.
Além do uso do preservativo, que é o método mais eficaz na prevenção, existem outros cuidados disponíveis à população. A Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que consiste no uso de medicamentos após se expor ao vírus, e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que abrange o uso de remédios como forma de prevenção ao HIV.
“É importante realizar o teste rápido como forma de conhecimento do estado sorológico. Ele proporciona diagnóstico e tratamento precoce, importantes para a qualidade de vida”, lembra Mayara.
HIV em Minas Gerais
Em Minas Gerais, entre 2009 a 2019, foram notificados 44.879 casos de HIV/Aids. A maior concentração no estado está na faixa etária de 20 a 34 anos. Essa predominância entre os jovens está ligada a diversos fatores, incluindo a ampliação do diagnóstico por meio da testagem rápida, a variabilidade de parceiros, a falta de prevenção e o uso de drogas lícitas e ilícitas.
Exposição ao HIV
Para a foliã ou o folião que considera a possibilidade de ter sido exposto ao vírus HIV por meio de uma relação sexual, por não uso ou rompimento do preservativo, é necessário comparecer imediatamente a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Um médico fará a avaliação do caso e, se necessário, administrará o tratamento com antirretrovirais. Depois desse primeiro atendimento, o paciente será encaminhado para um Serviço de Assistência Especializada (SAE), para dar continuidade ao tratamento.
Crescimento da sífilis
A sífilis vem avançando não só em Minas Gerais, como em todo o país. Nos últimos dez anos, foram notificados 62.695 casos de sífilis adquirida no estado.
“Esse crescente aumento pode ser atribuído à redução do uso de preservativos nas relações sexuais e à ampliação do diagnóstico através da testagem rápida na Atenção Primária à Saúde. Mas é importante ressaltar que uma pessoa infectada pode permanecer sem sintomas por muitos anos, transmitindo a doença durante todo esse tempo”, pontua Mayara.
Coronavírus e infecções respiratórias
Mesmo não tendo, até o momento, casos confirmados do novo coronavírus em Minas ou no Brasil, a SES-MG lista alguns cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas.
Como a transmissão dessas infecções costumam ocorrer pelo ar ou por contato pessoal, deve-se evitar contato com pessoas doentes através de gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis da SES-MG, Janaína Fonseca Almeida Souza, reforça que não há nenhuma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para interromper grandes eventos de massa em outros países, a não ser na China.
“A transmissão de doenças respiratórias, em geral, é menor em locais abertos, com ventilação. Além disso, medidas de higiene respiratória são eficazes para reduzir a propagação do vírus”, ressalta.
Entre as medidas de prevenção a serem adotadas estão:
– lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
– utilizar lenço descartável para higiene nasal;
– cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
– evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
– higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
– não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
– manter os ambientes bem ventilados;
– evitar contato com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença e com animais selvagens e doentes em fazendas ou criações.
Fonte: Agência Minas