A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) é a terceira melhor, em nível nacional, em relação a publicações de impacto pelo relatório da empresa Clarivate Analytics. O documento divulgado em Brasília traça o cenário da produção científica brasileira entre os anos de 2013 e 2018. No ranking internacional, o Brasil ocupa a 13ª posição da lista de países que mais publicaram trabalhos científicos nesse período.
O levantamento de dados foi feito a pedido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC), e considerou a produtividade, o impacto em citações, a produção científica comparada a outros países, as colaborações internacionais e as colaborações com a indústria. Foi constatado, ainda, o fato de as universidades públicas serem as principais fontes de pesquisa no Brasil, sendo 15 delas responsáveis por 60% de toda a produção publicada.
A análise fornece um panorama da pesquisa brasileira em um contexto global e a importância de colaborações, tanto internacionais, quanto entre universidades e indústrias. São considerados dados de trabalhos de pesquisas brasileiras publicados entre 2013 e 2018, com a descrição do cenário da pesquisa e do potencial de impacto da política brasileira de pesquisa e ciência.
A UFJF ocupa o terceiro lugar no quesito produções de impacto, que diz sobre o efeito das pesquisas no cenário internacional. O parâmetro para o relatório nessa categoria é o de Impacto de Citações Normalizado por Categoria (CNCI, sigla em inglês). De acordo com o documento, de forma geral, as áreas com o maior índice de impacto são as de Humanidades e as de Ciências Sociais Aplicadas.
O top 5 desse quesito de impacto da ciência acadêmica é formado por universidades federais. Em primeiro lugar está a Universidade Federal do ABC (UFABC), seguida da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Depois da UFJF, que vem em 3º lugar, aparecem, ainda, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Uma das pesquisas com grande contribuição para a relevância da UFJF no quesito produção de impacto é o estudo em física experimental de altas energia, das partículas fundamentais, desenvolvido a partir de experimentos e de métodos para análise de dados. Uma equipe da Universidade faz parte da colaboração internacional do experimento ATLAS, um dos maiores experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC, sigla em inglês), localizado na Organização Européia para Física Nuclear (CERN, sigla em inglês), na fronteira entre a Suíça e a França.
O coordenador do grupo de pesquisa na UFJF e professor do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Engenharia Elétrica, Augusto Santiago Cerqueira, explica que a Universidade desenvolve atividades relacionadas à instrumentação eletrônica e à utilização de técnicas de processamento digital de sinais. Além disso, são elaboradas técnicas de inteligência computacional para o desenvolvimento, operação e manutenção de uma parte do experimento como um todo.
Para Cerqueira, experimentos deste porte, só podem ser realizados em cooperações internacionais, envolvendo pesquisadores e recursos de diferentes países. “Os resultados produzidos aprofundam o conhecimento do homem sobre a matéria, daí o alto impacto científico. Estamos produzindo descobertas diversas, como a observação do bóson de Higgs, em 2013. Além disso, esses experimentos geram avanços em diversos campos da Engenharia e das ciências, que voltam diretamente para a sociedade, como no estudo de supercondutores, no tratamento de câncer, na computação e na informática”.
Em relação ao trabalho e à conjuntura que possibilitam o desempenho científico da UFJF, a pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Mônica Ribeiro de Oliveira, destaca alguns fatores como primordiais. Segundo ela, “a comunidade de pesquisadores, o investimento em laboratórios de pesquisa, a produção internacional, a produção de alto impacto e o investimento em internacionalizações refletem a maturidade da comunidade científica da Universidade”.
FONTE: UFJF