Mundial de Natação Paralímpica em Londres

O Brasil chega com o status de quarto colocado no quadro-geral do último Mundial, na Cidade do México, em dezembro de 2017, com 36 medalhas: foram 18 de ouro, nove de prata e nove de bronze. A edição deste ano da competição ocorre fora do período previsto inicialmente.

A sede do Mundial de Natação 2019 deveria ser Kuching, na Malásia, em julho, porém, após problemas diplomáticos com Israel, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) transferiu a competição para a capital inglesa. A escolha foi bem recebida.

A piscina do Parque Olímpico Rainha Elizabeth é a mesma que recebeu os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres 2012. Naquela ocasião, o Brasil subiu ao pódio em 14 oportunidades, nove das quais no ponto mais alto. Dos cinco medalhistas brasileiros nos Jogos de sete anos atrás, apenas um não veio ao Mundial: Andre Brasil (S10) foi considerado inelegível pelas novas regras de classificação funcional do IPC. Esta decisão, a propósito, é contestada judicialmente pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

No entanto, o paulista Daniel Dias, o pernambucano Phelipe Rodrigues, a cearense Edênia Garcia e a potiguar Joana Neves, a Joaninha, compõem a delegação brasileira no Mundial e carregam na bagagem a experiência de já terem triunfado nesta emblemática piscina londrina. Dentre eles, apenas a representante do Ceará não nada nesta segunda-feira, 9, primeiro dia de campeonato.

“Campeonato já começa com provas boas. Joaninha e Phelipe nadam suas principais nesta segunda-feira, e é bom que sejam os mais experientes neste primeiro dia, porque é bom para a equipe como um todo começar bem, para aqueles que não vão estrear agora ganhar confiança, principalmente aos mais novos”, explicou Leonardo Tomasello, técnico-chefe da natação paralímpica brasileira. “Estão todos muito bem, até pelo que apresentamos no Parapan de Lima, deu tempo de nos aclimatarmos em Londres, porque este Mundial será muito forte”, concluiu.

A programação do Mundial de Natação Paralímpica reserva o período da manhã (a partir das 6h da manhã, de Brasília) para as eliminatórias. Em algumas das provas, serão realizadas até três baterias e as finais à tarde (após as 14h, sempre de Brasília).

A cerimônia de abertura será de tarde, e o santista Carlos Farrenberg será o porta-bandeira brasileiro. “Fiquei emocionado com a escolha, porque disputo campeonatos mundiais desde 2006 e nunca esperei ser escolhido para ter essa função”, disse o nadador que tem baixa visão em decorrência de toxoplasmose congênita, e ostenta no currículo três medalhas em Mundiais. Em Londres, ele nadará os 50m livre, os 100m livre e comporá a equipe do revezamento misto 4x100m livre para deficientes visuais – uma prova inédita no cenário internacional.

Daniel Dias também nada os 50m livre da classe S5. Ele é o atual campeão mundial, parapan-americano e paralímpico da prova, mas o italiano Antonio Fantin, que foi campeão mundial dos 400m na classe S6 no Mundial do México, em 2017, disputa a S5 desde que foi reclassificado pelo IPC, em 2018, e tirou de Daniel o recorde mundial da prova. As eliminatórias dos 50m livre começam às 8h01.

Joaninha também cairá na água para os 50m livre, logo após as eliminatórias de Daniel Dias. “Este é um dos Mundiais mais fortes que já disputei, posso dizer antes de nadar. Depois do Parapan de Lima, me sinto bem, chego muito bem para este Mundial, mas o nervosismo sempre bate”, comentou a potiguar, que tem acondroplasia, e ganhou seis medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.

Fonte: Olimpíada Todo Dia




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