Professores e estudantes voltaram às ruas nesta terça-feira, 13, em vários cantos do país, para a realização de atos contra o contingenciamento de recursos da educação, em defesa da autonomia das universidades públicas e contra a reforma da Previdência, aprovada na Câmara Federal e encaminhada para tramitação no Senado. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), estavam previstos atos em ao menos 170 cidades dos 26 estados, além do Distrito Federal. A convocação para o ato foi feita por entidades sindicais e movimentos estudantis.
A manifestação nacional, intitulada como “Tsunami da Educação”, dá continuidade à primeira mobilização realizada em maio, organizada em defesa da manutenção das verbas para o ensino superior. Como no posicionamento à época, para a União Nacional dos Estudantes (UNE), os contingenciamentos anunciados pelo governo afetam não só o ensino superior, mas também a educação básica, o ensino médio e programas de alfabetização.
Além disso, de acordo com o órgão estudantil, os protestos também são contra a proposta do Ministério da Educação (MEC) de instaurar o programa “Future-se”. Falta de embasamento e falta de transparência são as principais reclamações das entidades estudantis. Segundo a pasta, o programa busca o fortalecimento da autonomia administrativa, financeira e da gestão das universidades e institutos federais. Para o presidente da UNE, Iago Montalvão, com esse argumento o governo assume que a PEC 55 impede o financiamento das universidades.“A falta de embasamento é resultado da falta de diálogo com as entidades educacionais. Está sendo feita apenas uma consulta pública pelo site e mais nada. A UNE não fará emendas ao projeto porque rechaçamos a ideia em sua essência”, afirmou o presidente conforme publicado pela entidade.
Em Juiz de Fora, trabalhadores da educação, estudantes e integrantes de movimentos estudantis das redes municipal, estadual e federal deram início ao ato que começou por volta das 16h, na Praça Cívica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Estudantes da universidade e de outras instituições, junto aos demais manifestantes, caminharam da UFJF emdireção ao Parque Halfeld, região central da cidade, para encontrar os demais manifestantes que se concentravam no local.
Pouco depois das 17h, a organização do ato informou que a concentração dos protestos previstos para o ParqueHalfeld havia sido transferida para o Calçadão da Rua Halfeld, em respeito a Moacyr Toledo, um dos maiores ídolos da história do Tupi, que morreu nesta terça, aos 87 anos, cujo corpo será velado a partir das 18h na Câmara Municipal.
Devido à mudança, o grupo se concentrou em frente ao Cine-Theatro Central e, posteriormente, somou forças com os manifestantes que desciam da UFJF para dar continuidade ao ato. Com o auxilio de um carro de som, os presentes deram início às falas. Foram feitos gritos de ordem sobre as pautas principais do protesto etambém contra o atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Hoje é um dia de luta, nós saímos para as ruas que é o nosso lugar. Com o governo golpista, de extrema direita, cobramos a responsabilidade deles. Passou a reforma trabalhista, tirou direito dos trabalhadores, alguns nem sabem, e estão aprovando a reforma da Previdência”, disse Watoria Antônio de Oliveira, membro da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Sindicato dos bancários.
A Polícia Militar (PM) acompanhou o movimento. Após a concentração em frente ao Cine-Theatro Central, os manifestantes deram continuidade ao ato seguindo pelo Calçadão da Rua Halfeld, passando Avenida Getúlio Vargas e cruzaram a via no sentido da Praça da Estação.