O Colégio Vianna Júnior recebeu na tarde da última quarta-feira, 7, encontro regional dos grupos de trabalho do Parlamento Jovem (PJ). O evento proporcionou interação entre os estudantes, além de promover a oportunidade de debaterem as propostas de lei que serão votadas na Plenária Regional.
Juiz de Fora pertence ao Polo Regional Zona da Mata II, assim como os municípios de Lima Duarte e Santos Dumont. A etapa regional reúne 75 alunos do Ensino Médio, sendo 25 de cada cidade. Nesta edição, os estudantes precisaram elaborar propostas de lei para combater a Discriminação Étnico-Racial.
A Câmara de Juiz de Fora participa do PJ desde 2010, oferecendo oficinas de capacitação sobre política e sobre o tema da edição. Em 2019, cinco instituições de ensino participam do projeto em JF: os colégios Jesuítas, Nossa Senhora do Carmo e Tiradentes; e as escolas estaduais Dilermando Costa Cruz e Henrique Burnier.
Na quarta-feira os estudantes da região apresentaram as propostas aprovadas durante as etapas municipais. Eles foram divididos em três grupos de trabalho para discutirem as propostas de acordo com três subtemas: desigualdade socioeconômica; violência por motivos étnico-raciais; e direito à identidade e diversidade cultural.
Como explica o coordenador do PJ em Juiz de Fora, Sérgio Dutra, os alunos tiveram a oportunidade de propor a exclusão, a modificação ou a junção de propostas. “Os grupos de trabalho começaram as discussões neste encontro. Foram apresentadas 18 propostas e os alunos escolheram nove para serem debatidas na semana que vem, durante a Plenária”, afirma Sérgio. A Plenária Regional acontece no dia 14 de agosto, quando os estudantes precisam selecionar quatro propostas para encaminhar para a etapa estadual.
Além disso, os alunos precisam definir qual tema o Pólo Regional irá sugerir para ser discutido no Parlamento Jovem 2020. Nas etapas municipais, Juiz de Fora sugeriu a temática “LGBTQ+fobia”; Lima Duarte sugeriu “Conscientização sobre a violência contra a comunidade LGBTQ+”; e em Santos Dumont o assunto sugerido foi “Intolerância Religiosa”. O tema que receber a maioria dos votos será indicado na etapa estadual.
Ainda durante a Plenária Regional, serão escolhidos dois estudantes de cada um dos municípios para representarem a região na Plenária Estadual. O evento acontece entre os dias 18 e 20 de setembro, em Belo Horizonte.
A estudante do Jesuítas, Mariana Vitória, participa do PJ pela primeira e conta que a experiência de pensar argumentos e defender propostas é enriquecedora. “A gente aprende sobre respeito e igualdade, e leva isso para a vida. Aprendemos não só com o processo de discussão das propostas, mas também com a convivência com pessoas de outras cidades”, ressalta.
Propostas aprovadas nas etapas municipais
Dentro do subtema 1 – desigualdades socioeconômicas – foram discutidos as seguintes propostas: instituição de políticas públicas para incentivar o debate sobre os fatores históricos das desigualdades socioeconômicas; criação de uma comissão nas empresas para fiscalizar as diferenças salariais entre os funcionários; criação de um conselho para defesa e valorização de minorias; garantia de manutenção de escolas em comunidades tradicionais; criação de cursinho gratuito para alunos de baixa renda que desejam fazer vestibular; e a criação de um projeto cultural para as minorias que ensine o conteúdo programático cobrado nos vestibulares.
Já para o subtema 2 – violências por motivo étnico-racial – as propostas são: criação de um órgão para orientar como proceder em caso de violência; obrigatoriedade da atuação de psicólogos nas escolas públicas; instituir a “Semana dos Povos” para promover o compartilhamento das histórias e vivências dos povos; fornecer acompanhamento psicológico para alunos vítimas de bullying e de cyberbullying; criação de um selo de congratulações para empresas de iniciativa privada que promovam a igualdade étnico-racial; e a criação de um espaço de acolhimento para pessoas que tenham sofrido violência por discriminação étnico-racial.
As propostas do subtema 3 – Direito às identidades e à diversidade cultural – são: criação de uma feira comercial com estandes e palestras sobre a história e cultura de minorias étnico-raciais; inclusão no ano letivo de eventos voltados à conscientização do direito à identidade e diversidade cultural; exposição de artes afro através de seminários e feiras; fornecer cursos de especialização ou extensão sobre diversidade étnico-racial e cultura afro brasileira com o objetivo de capacitar educadores; promoção de eventos culturais durante todo o ano sobre as identidades e diversidades culturais; e a promoção de eventos nas escolas sobre as religiões discriminadas.
Fonte: CMJF