O esmeril para polir nossa essência divina
Podemos pensar o que quisermos, pois nos foi concedida a liberdade de expressar ideias, a liberdade de pensamento. Somos livres para pensar ou não no mal ou na infelicidade, mas se nos esforçarmos para controlar o pensamento, procurando fixá-lo somente no “bem”, será como se estivéssemos dirigindo o veículo chamado “pensamento” no meio de uma multidão, procurando evitar uma batida. É claro que em virtude da liberdade de auto escolha da direção a ser tomada, no caso de darmos um passo errado haveria a possibilidade de colisão. Se por acaso o homem pudesse correr para qualquer direção, sem que houvesse nenhuma possibilidade de choque, seu “auto-comando” estaria acabado, e ele perderia a possibilidade de polir a sua capacidade e de revelar a sua própria natureza divina.
O homem se desenvolve através de esforço e trabalho
Somente através de esforços é possível manifestarmos nossa natureza divina interior, e expressarmos nossa capacidade potencial. Alexis Carrel aponta em seu livro Sabedoria da Vida que “a lei básica do desenvolvimento dos seres vivos é o esforço. Não só a parte física como os músculos ou os órgãos, mas também as demais facetas de nossa existência, como a sabedoria ou a vontade, não se fortalecerão se não trabalharmos”. Só através do esforço e trabalho a natureza divina interior do homem e sua capacidade interior poderão ser manifestadas em grau cada vez maior. Temos essa oportunidade quando existem dificuldades ou obstáculos, por isso não devemos amaldiçoá-los, se surgirem em nossa vida. Caso o fizéssemos, estaríamos usando a mente invertida, e assim diminuindo a manifestação de nossa natureza divina e de nossa capacidade. Devemos agir como o esquiador, que aprecia a neve, ou como o alpinista, que aprecia a montanha; ao conquistarmos e vencermos o obstáculo, a dificuldade deixará de existir, e nossa capacidade se multiplicará.
Corpo e espírito se desenvolvem pelo esforço
Carrel escreve ainda no livro Sabedoria da Vida: “Se o regulamento interno for desprezado por completo, também a força de vontade acabará sendo deixada de lado. Esse fato conduziria o corpo ao excesso de comodismo e acarretaria o enfraquecimento das condições de sobrevivência. Consequentemente, as funções corporais sofreriam interrupções e o esforço empreendido pelos vasos sanguíneos, e por vários agentes destinados a combater as condições desfavoráveis de clima, a fome, o sono ou o cansaço, seria revogado. Seja qual for o caso, o esforço é condição substancial para que o corpo e o espírito possam se desenvolver”. O “regulamento interno” consiste do desejo e esforço do homem em se autodirigir e se auto-comandar. Sem esse esforço não haverá o desenvolvimento da mente nem do corpo físico. Existe um provérbio bem antigo que diz: “A dificuldade torna o homem uma pedra preciosa”. Apesar de antigo, suas palavras expressam uma Verdade eterna e imutável. Não se deve oferecer conforto e comodidade excessivos a uma criança. Nem se deve pensar que ensinar-lhe muitos ideogramas irá lhe causar uma sobrecarga.