Nesta quinta-feira, 11, uma audiência de instrução referente ao caso da troca de tiros no estacionamento de um hospital envolvendo polícias civis de Minas Gerais e de São Paulo, está sendo realizada no Fórum Benjamin Colucci, em Juiz de Fora. A sessão está prevista para ser iniciada durante a tarde, às 14h, na 4ª Vara Criminal, sendo presidida pelo juiz Cristiano Álvares Valladares do Lago.
De acordo com as informações, o caso está em segredo de justiça e a sessão não será aberta. Os desdobramentos deste processo dependem do que ocorrerá nesta audiência. Até o fechamento desta matéria, não havia informações se os presos seriam liberados ou não.
Conforme representantes, cerca de 30 pessoas, entre policiais, advogados, empresários e funcionários do hospital, foram intimadas.
O CASO
O caso envolveu nove policiais e dois empresários paulistas, além de cinco policiais, um empresário, um advogado,um motorista e um comparsa e uma pessoas não identificada de Minas Gerais. Uma troca de tiros ocorreu na tarde do dia 19 de outubro de 2018, no estacionamento do Centro Médico Monte Sinai, zona Sul de Juiz de Fora, resultando na morte do policial civil Rodrigo Francisco, de Juiz de Fora, e deixando duas pessoas feridas, ambas foram atendidas na unidade hospitalar. Uma delas recebeu alta e a outra, o empresário Jerônimo da Silva Leal Júnior, de 42 anos, morreu no dia 25 de outubro.
As investigações sobre o caso ficaram sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios de Juiz de Fora e da Polícia Civil em Belo Horizonte. Conforme as informações, empresários de SP e um de MG estavam envolvidos na ocorrência. Os policiais faziam a escolta de um empresário da cidade que vinha de São Paulo para Juiz de Fora com certa quantia em dólar, para realizar a troca da moeda no município.
Na época, foi informado que dois agentes de Juiz de Fora foram cumprir expediente quando se depararam com homens armados, que também seriam policiais. Teria acontecido uma argumentação entre eles quando outro policial efetuou disparos.
A delegada regional Patrícia Ribeiro e o delegado Armando Avolio, da Delegacia Especializada de Homicídios, estiveram no local do crime. Conforme foi informado pela Polícia Civil, o procedimento padrão de viaturas de outros locais é avisar que estão na cidade.
Posteriormente, os demais policiais envolvidos na ocorrência foram conduzidos à Delegacia Regional de Santa Terezinha para prestar depoimento.
Lavagem de dinheiro
Após as buscas, foram encontrados R$ 14 milhões em malas que estavam nos carros dos policiais de São Paulo. Segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais, grande parte desse dinheiro era falso. Além das malas com as notas, foram encontrados e apreendidos pistola, aparelhos celulares, distintivos de delegado de polícia, coletes balísticos, alguns papéis com anotações, carregadores de munição e outros cinco veículos.
De acordo com o superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, Carlos Capistrano, reveladas em uma entrevista coletiva, no total, foram nove policiais civis do Estado de São Paulo. Quatro destes, dois delegados e dois investigadores, foram presos em flagrante e autuados por lavagem de dinheiro. Outros cinco foram ouvidos e liberados.
Capristrano ainda informou que os três policiais civis de Minas Gerais foram autuados pelo crime de prevaricação – praticado por funcionário público contra a Administração Pública. A prevaricação consiste em retardar, deixar de praticar ou praticar indevidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Na época, foi informado que os policiais mineiros haviam sido transferidos para a Casa de Custódia, em Belo Horizonte.
Empresário Mineiro tinha passagem por falsificação
Segundo informações, o empresário mineiro Antônio Villela seria o dono de R$ 14 milhões em notas falsas encontradas nos carros dos policiais civis. Ele foi autuado por tentativa de estelionato. Em 2009, o empresário já tinha sido preso por falsificação de dinheiro.