Considerações Sobre “Confiança Destituída De Amor”

Considerações Sobre “Confiança Destituída De Amor”

Frequentemente ouço dizer: “Pessoas há muitas, mas não aquela que eu procuro”. A frequente queixa dos dirigentes de empresas é a de que estão precisando de um bom assistente, mas não encontram a pessoa adequada. Por que essa dificuldade em encontrar a pessoa adequada?
É que os altos administradores das empresas notam que a maioria das pessoas não dedica a seu trabalho nem a metade de sua real capacidade. A maioria das pessoas parece pensar: “O trabalho não me interessa, mas sou obrigado a trabalhar para ganhar dinheiro”. Por não encontrarem alguém realmente interessado no trabalho, os dirigentes lamentam: “Existem muitos elementos, mas não aquele que eu procuro”. Para obter produtividade de alguém que não mostra interesse no trabalho é preciso fiscalizá-lo constantemente. Não se pode incumbi-lo de um trabalho, sob total confiança. Na verdade, quando um dirigente diz: “Não encontro a pessoa adequada”, ele está querendo dizer: “Não encontro a pessoa na qual eu possa confiar”, “Não encontro a pessoa à qual eu possa entregar o trabalho, sem receio”. E isto implica dizer que são muitas as pessoas que, se não forem vigiadas e fiscalizadas, poderão prejudicar o todo, para favorecer somente a si próprias.
Contudo, analisando a questão sob outro ângulo, podemos dizer que o fato de os dirigentes se queixarem de que “não existe pessoa na qual se possa confiar” significa também que “não existem empresários ou superiores que confiam nos empregados”.
Muitos empresários e superiores queixam-se de «não encontrar elementos confiáveis», sem terem eles próprios a disposição de confiar nos outros. Eles deveriam procurar confiar nos outros, em vez de ficarem lamentando que não encontram pessoas de confiança. Uma pessoa não consegue trair a confiança do outro quando sente que essa confiança é verdadeira. A pessoa torna-se digna de confiança quando os outros confiam nela. Sei que há casos em que a confiança é traída. Mas isso acontece quando não existe a verdadeira confiança, ou seja, quando simplesmente deixamos o trabalho a cargo do outro e ficamos indiferentes. Confiança e indiferença nada têm em comum. Confiar numa pessoa implica, necessariamente, amar essa pessoa. Em outras palavras, confiar é amar. Deixar um trabalho a cargo de alguém apenas por conveniência, sem ter amor e consideração por essa pessoa, é simplesmente fazer dela uma “máquina automática” útil. Se um empresário ou um superior age desse modo, isso nada mais é que a expressão de seu egoísmo. E se ele às vezes se vê traído por um subalterno em quem confiava, ou melhor, pensava estar confiando, podemos dizer que essa traição é reflexo de seus pensamentos egoísticos. Quando confiamos em alguém, amando-o sinceramente, essa pessoa jamais trairá nossa confiança.




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