Nesta terça-feira, 26, foi realizada uma audiência na Câmara Municipal de Juiz de Fora para tratar da situação atual das barragens e usinas hidrelétricas, de abastecimento e de resíduos industriais, localizadas na cidade ou que podem afetar ou prejudicar as bacias hidrográficas ou o ecossistema do Município.
Representantes da Prefeitura de Juiz de Fora e de outros órgãos atuantes na cidade foram convocados para a audiência, sendo eles os secretários de Meio Ambiente, de Atividades Urbanas, de Governo, de Segurança Urbana e Cidadania, a Defesa Civil, Operação Técnica, gerente de departamento, representante da empresa NexaResourcese o diretor presidente da CESAMA.
Durante a audiência, alguns pontos foram abordados pelos vereadores. Marlon Siqueira (MDB) direcionou questões aos representantes das empresas responsáveis, como a instalação de sirenes de emergência e a demarcação da área de auto-salvamento nas comunidades próximas as barragens administradas pela Nexa.“Não existe barragem risco zero”, disse. O vereador também falou sobre a necessidade de ser realizado um levantamento das barragens da cidade para que se tenha o registro de cada uma e seja feito o devido monitoramento. “Para que possamos evitar prejuízo humano e a Meio Ambiente”.Além dos questionamentos referentes a população, Siqueira também tratou da fauna e flora, e quais medidas poderiam ser tomadas para que o material não contamine o solo e o Meio Ambiente.
O vereador Cido Reis (PSB) reforçou o que havia sido levantado por Marlon Siqueira, pontuando que “toda barragem tem risco. Temos que nos prevenir. Essa audiência é para gente chamar atenção do Poder Público Municipal, dos órgãos fiscalizadores, mas principalmente a prevenção”, disse. “É importante essa audiência pública para ouvirmos todas as empresas e os representantes dos órgãos responsáveis para sabermos quais conhecimentos eles tem sobre as barragens. Depois dessa audiência todos nós saímos com deveres de casa”, disse o vereador Zé Márcio – Garotinho (PV), que reforçou o que foi dito antes pelos vereadores.
“Eu gostaria de pedir a todos que nos ajudem a fiscalizar. É importante prevenir”, disse o Luís Carlos Barbosa (Cachoeira), presidente da Associação de Moradores dos bairros Igrejinha, Jardim Cachoeira e Vila São João Batista.“Depois do rompimento da barragem em Brumadinho, vários moradores questionaram sobre quais perigos oferece represa de Chapéu d’Uvas”, relatou uma moradora que vive no local há 50 anos. Ela ainda sugeriu que a Cesama oferecesse apoio para todas as comunidades nas regiões próximas das represas administradas pela empresa. “Minha sugestão é que tivesse pelo menos uma reunião nas comunidades, nas escolas, para que todos fiquem sabendo, tenham conhecimento disso”, disse.
Durante a audiência, alguns pontos foram abordados pelos vereadores. Marlon Siqueira (MDB) direcionou questões aos representantes das empresas responsáveis, como a instalação de sirenes de emergência e a demarcação da área de auto-salvamento nas comunidades próximas as barragens administradas pela Nexa.
Foto: Rafaela Frutuoso
O representante da empresa NexaResources, respondeu aos questionamentos feitos pelos vereadores e os demais presentes. Quanto a implantação de sirenes de alerta, “estamos em fase de importação de duas sirenes especiais e, quando recebermos, faremos a implantação”. A expectativa da empresa é de que a sirene seja implantada ainda no início deste ano.A empresa também informou que toda a auditoria é feita por auditores internos e externos e que os resultados foram protocolados e estão disponíveis com os órgãos responsáveis. “Nossas barragens estão seguras”, disse. Além disso, ainda foi dito que será feito os simulados com as comunidades.
De acordo com as organizações, em Juiz de Fora, existem, pelo menos, oito barragens. São elas: as barragens de abastecimento das represas, Chapéu d’Uvas e Dr. João Penido, eu são de responsabilidade da Companhia Municipal de Saneamento (Cesama). Já a Votorantim e NexaResources são encarregados por duas barragens de rejeitos de Juiz de Fora: a barragem da Pedra e a barragem dos Peixes, que se encontra inativa. Além disso, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) administra as barragens das usinas hidrelétricas de Joasal e Marmelos.
HISTÓRICO
No início do mês de fevereiro, a Comissão de Urbanismo, formada pelos vereadores Zé Márcio – Garotinho (PV), Wanderson Castelar (PT), Adriano Miranda (PHS) e Kenedy Ribeiro (MDB), acompanhados de outros vereadores, do Prefeito do Município, e demais órgãos convidados, visitaram a Barragem da Pedra e a Barragem dos Peixes, que pertencem ao grupo Votorantim, estando sob responsabilidade da Nexa Resources. As duas barragens, da Pedra e dos Peixes, possuem respectivamente, 1,5 milhão e 800 mil metros cúbicos e ambas armazenam jarosita, um material não ferroso, e fazem parte dos 34 barramentos na Zona da Mata de fiscalização imediata determinada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Além disso, a comissão também visitou a Represa Dr. João Penido, que pertence à Cesama, e possui 16 milhões de metros cúbicos, que abastece toda a cidade.