Além da campanha “Fevereiro Laranja”, que trata da Leucemia, o mês de fevereiro também é dedicado à conscientização sobre as doenças Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer.
Tanto a Fibromialgia quanto o Lúpus não têm cura, mas ambas as doenças têm tratamento. A Fibromialgia é uma síndrome crônica que aumenta a sensibilidade à dor através de nervos, provocando dor generalizada. A doença vem sendo cada vez mais comentada. Em 2017, a Fibromialgia ganhou destaque na mídia após a cantora Lady Gaga, que convive com a doença, falar sobre o assunto em seu documentário lançado na Netflix no ano em questão. Ainda em 2017, ela teve de cancelar sua apresentação no Rock in Rio devido ao problema e as fortes dores que estava sentindo e, posteriormente, cancelou o restante da turnê para dedicar mais tempo aos cuidados com a saúde.
O Lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, que apresenta grande diversidade de sinais clínicos. A doença pode ocorrer qualquer pessoa, independente de idade ou gênero, mas as mulheres são muito mais acometidas. Os sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva ou mais rapidamente. Também no ano de 2017, a doença foi bastante discutida após uma foto publicada pela cantora Selena Gomez nas redes sociais. Na ocasião, ela postou uma foto após passar por um transplante de rim. Ela estava ao lado da doadora do órgão.
Nós conversamos com o reumatologista, Antônio Scafuto Scotton, para entender melhor as duas doenças.
Além da campanha “Fevereiro Laranja”, que trata da Leucemia, o mês de fevereiro também é dedicado à conscientização sobre as doenças Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer. Foto: Rafaela Frutuoso
FIBROMIALGIA
No Brasil, estima-se que 2,5% da população conviva com a Fibromialgia, sendo que 90% dos afetados são mulheres. Mundialmente, ela afeta de 2% e 4% das pessoas, entre 30 e 55 anos. Outras agravantes da síndrome são depressão ou ansiedade, que atinge entre 30% e 50% dos pacientes.
Entre os sintomas, explica Scafutto, estão a dor, o cansaço (que não melhora com repouso), ansiedade e sono não reparador. “É a dor é difusa que está ligada a um componente emocional”, explica. Aqueles que possuem a síndrome tem muita dificuldade em discriminar a dor.
Quanto ao tratamento, o Reumatologista orienta a prática de atividades físicas. “Alguns pacientes não aderem ao protocolo, não atendem as nossas orientações e isso acaba aumentando o quadro de ansiedade e depressão, pro exemplo, reduzindo a eficácia do tratamento”, alerta. A prática de atividades vai ajudar ao paciente entender mais a dor e aderir melhor ao tratamento.
Além disso, o tratamento também pode ser acompanhado de alguns antidepressivos, alguns anticonvulsivantes e ansiolíticos. Alimentação saudável também é indicada para os diagnosticados com a doença.
LÚPUS
Embora a causa do Lúpus ainda não seja conhecida, fatores genéticos, hormonais e ambientais participam do desenvolvimento da doença. Segundo
Antônio Scafuto, a doença atinge 9 mulheres para cada um homem. Sendo mais diagnosticada em mulheres jovens. “É na terceira década de vida entre os 25 a 35 anos”, explica.
O reumatologista destaca que é importante ficar atento aos sintomas, como manchas pelo corpo e dor articular em pontos mais específicos, como mãos, punhos, cotovelo, joelho, pés. Ele ainda comenta que também pode haver inchaço dos gânglios. É importante também estar alerta aos sintomas mais gerais, como febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Em geral, os órgãos mais atingidos pela doença são pele, rins e articulações.
Scafutto alerta que as pessoas com Lúpus devem ficar atentas a alguns cuidados como, por exemplo, evitar exposição ao sol. É orientado, sempre, o uso do protetor solar. Além disso, evitar uso de anticoncepcional à base de estrógeno, que é contra-indiciado pelos profissionais que tratam da doença.
O Reumatologista ainda comenta sobre um mito, um tabu, que cerca a doença sobre mulheres diagnosticadas com Lúpus não poderem engravidar. “Isso não é verdade, elas podem engravidar. É recomendado que essas mulheres não engravidem naquele período em que elas estiverem com a doença em atividade porque pode piorar o quadro. Também não é indicado em casos em que elas estejam tomando alguma medicação que contra-indica a gravidez”, disse.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o tratamento contra lúpus pode variar muito de acordo com as manifestações da doença. Ter uma dieta saudável, fazer atividade física, não fumar e fazer acompanhamento médico ajuda no tratamento da doença.
Em Juiz de Fora, o Reumatocenter atua no tratamento de doenças reumáticas, sendo pioneiro na infusão de imunobiológicos e líder em pesquisa avançada no tratamento dessas doenças.