O “Janeiro Roxo” é marcado como mês de combate e prevenção para o tratamento precoce e enfrentamento da Hanseníase, considerada uma das doenças mais antigas da humanidade. Entre os dias 27 e 31 de janeiro é celebrada a Semana Mundial de Enfrentamento à Hanseníase.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, em 2016 mais de 28.000 novos casos da doença foram registrados no Brasil. Ainda no mesmo ano, o Ministério oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para a campanhas educativas sobre a hanseníase. Em 2017, foram detectados 1.095 novos casos da doença em todo o Estado, o que representa uma taxa de 5,18 casos a cada 100 mil habitantes. De 2011 a 2017, houve uma média de evolução de 88,2% dos casos para a cura. Os dados de 2018 são fechados somente no final do mês de março, quando é finalizado o banco de dados do Ministério da Saúde. Entretanto, conforme dados preliminares, no último foram registrados 978 novos casos da doença no estado.
Durante todo o mês, são promovidas ações de conscientização sobre a doença para marcar o Dia Nacional de Combate e Prevenção, que é lembrado no último domingo do mês.Segundo a SBH, Sociedade Brasileira de Hansenologia, que lançou a campanha nacional e permanente “Todos Contra a Hanseníase”, a doença coloca o Brasil em segundo lugar em número de casos, atrás apenas da Índia.
A Hanseníase é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, e tem como principais sintomas manchas na pele, dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés. A doença é transmitida pelo contato prolongado e frequente com a pessoa infectada. Annair Freitas do Valle, Médica Dermatologista, explica que “a transmissão é principalmente através das vias aéreas superiores e mucosas (nasal e gotículas de saliva) e também quando existem lesões ulceradas na pele. Trata – se de uma doença dermatoneurológica”, disse. Ela ainda explica que a Hanseníase pode evoluir em direção a um de seus polos, encontrando-se 2 formas polares e 2 grupos. “Formas ‘Tuberculóide’ e‘Virchowiana’ e grupos ‘Indeterminado’ e ‘Dimorfo’.Para o tratamento os doentes são classificados em paucibacilares (PB – presença de até cinco lesões de pele com baciloscopia negativa) ou multibacilares (MB – presença de seis ou mais lesões de pele ou baciloscopia positiva)”, disse.
A Dermatologista explica que os sinais vão depender da fase da doença e consistem em manchashipocrômicas, nódulos, placas, infiltrações,úlceras, calosidades, com pouca ou sem sensibilidade. Podem ocorrer também áreas de pele sem pelos,que não suam, espessamento e/ou dor dos nervos periféricos, formigamentos ou dormência nas mãos e/ou pés. Além disse, podem ocorrer perda de força muscular ou atrofias musculares.“Pode afetar qualquer idade, porém é mais raro em crianças, principalmente porque o período de incubação da doença varia de 2 a 10 anos, há uma discreta predileção para acometer o sexo masculino”, informa Annair.
A doença tem cura, mas exige um tratamento precoce para evitar sequelas graves. “O tratamento indicado é o esquema da poliquimioterapia(PQT), para PB por 6 meses e MB por 12 meses. Ambos com doses diárias e doses mensais supervisionadas.É muito importante que os pacientes não deixem de seguir o tratamento corretamente para evitar a progressão da doença com a presença de sequelas”, orienta. O tratamento ambulatorial é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).