Biblioteca Municipal guarda acervo raro que atrai pesquisadores de todo o país

Instituição cultural mais antiga em atuação em Juiz de Fora, a Biblioteca Municipal “Murilo Mendes” tem 121 anos e é guardiã de um acervo raro de livros, revistas e jornais, que atrai pesquisadores da cidade e de vários estados brasileiros. Entre as preciosidades da coleção mantida no Setor de Memória, está a obra “Eusebius Evangelica”, datada de 1501. Trata-se de um livro de teologia, escrito em latim e impresso em Veneza, Itália. A publicação é objeto de estudo para interessados em linguística e teologia, além de encantar os designers gráficos, devido à beleza da fonte (tipo de letra) usada.

Na mesma linha, a Bíblia Sacra “Vulgata Editions”, lançada em 1716, na Antuérpia, é material de pesquisa nas áreas de religião e arte gráfica. “Ela reúne gravuras de autores famosos. São trabalhos de excepcional beleza”, revela a documentalista responsável pelo setor, Heliane Casarin. Na “Coleção Juiz-Forana”, que reúne obras de autores locais ou que escreveram sobre a cidade, se destaca o livro “Posturas da Camara Municipal da Villa de Santo Antonio do Parahybuna”. Delicado e com poucas páginas, foi impresso em 1853, sendo o primeiro código de posturas de Juiz de Fora, ainda usando o nome antigo da cidade, grafado em português arcaico.

Num salto temporal, encontramos na coleção, exemplares de alguns dos mais destacados poetas brasileiros, como o primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade: “Alguma Poesia” (1930). Aos 28 anos, o mineiro de Itabira pagou com recursos próprios a publicação, que teve tiragem de 500 exemplares e apresenta obras como “No Meio do Caminho”, “Quadrilha” e “Poema de Sete Faces”.

“O Losango Cáqui”, de Mario de Andrade, editado em 1926, também figura na coleção, ao lado do romance “Gabriela Cravo e Canela”, de Jorge Amado, em publicação de 1958, e “Novos Poemas”, 1959, do poetinha Vinicius de Moraes. As duas últimas obras e o livro de Drummond exibem autógrafos dos autores. As dedicatórias de Mario de Andrade e Drummond foram para Martins de Almeida, um literato residente no Rio de Janeiro.

Heliane Casarin explica que o acesso ao material disponível no Setor de Memória é gratuito, com acompanhamento de um funcionário. Por se tratar de publicações raras e, muitas vezes, deterioradas pelo tempo, a reprodução só é permitida com uso de máquinas fotográficas, sem flash, e filmadoras, sem luz, com prévia autorização da responsável pelo acervo.

O funcionamento do Setor de Memória é de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas. Mantida pela Prefeitura de Juiz de Fora e gerenciada pela Fundação Cultural “Alfredo Ferreira Lage” (Funalfa), a Biblioteca Municipal Murilo Mendes funciona na Avenida Getúlio Vargas 200 – Praça Antônio Carlos – Centro.

Fonte: PJF




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