Estudante do curso de medicina relata que sofre bullying por ser bolsista em faculdade particular

Em agosto de 2016, Larissa Vicente Tristão, natural de Guaíra, São Paulo, começou sua jornada no Curso de Medicina em uma faculdade particular de Juiz de Fora. Segundo relatos da estudante, desde que iniciou os estudos ela vem sendo perseguida por alunos por ser bolsista do Prouni, Programa Universidade Para Todos, programa de inclusão educacional criado no ano de 2004 pelo Ministério da Educação (MEC) e tornado oficial em 13 de janeiro de 2005 pelo Governo Federal.

A estudante registrou um boletim de ocorrência em que alega ser vítima de bullying. O boletim de ocorrência foi registrado como injúria na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guaíra. O caso foi encaminhado à unidade de Polícia Judiciária de Juiz de Fora para investigação. “Quando eu entrei na faculdade eles começaram me colocar apelidos, e no início eu deixava passar. Depois foi piorando e eu levei para a coordenação do curso e eles me mandavam para a psicóloga da faculdade”, conta. Larissa relata que além de apelidos e piadas, os estudantes fizeram uma publicação em um perfil do Instagram criado para a turma, utilizando uma foto da estudante. “Alguém utilizou o Instagram da minha turma que só pessoas da minha turma tem acesso e fizeram uma postagem falando que eu estava em cota de negros, e isso é uma mentira porque eu tenho provas. Falaram da minha saúde e que eu não iria acompanhar a faculdade”, relata.

Foto: Divulgação/Larissa Vicente Tristão

A estudante ainda conta que à medida que o tempo passava a situação piorava. “Eu levava para a coordenação todas às vezes e eles me mandavam para a psicóloga todas às vezes. Não tomavam providência”, conta. A estudante ainda conta que sofreu ameaça de morte. “Chegaram a colar um adesivo de política no meu carro e depois disso escreveram no meu carro me ameaçando de morte. Escreveram ‘você vai morrer’”, disse.

Foto: Divulgação/Larissa Vicente Tristão

Após esse episodio, a estudante conta que procurou a coordenação para solicitar o acesso às câmeras e foi informada que a própria instituição já havia verificado, mas que não conseguiram identificar a pessoa responsável pela ameaça. “Eu perguntei se eu poderia olhar juntamente com eles porque eu conseguiria identificar as pessoas da minha turma, mas eles negaram”, conta.

Larissa conta que desenvolveu a depressão após os ataques sofridos por outros alunos e que atualmente faz acompanhamento para lidar com toda a situação. Ela ainda comenta que tentou marcar uma reunião com a coordenação, mas que teve o pedido negado.

A Faculdade Suprema, onde Larissa estuda, se pronunciou sobre o caso através de nota:

Larissa ainda relata que cursar Medicina sempre foi um sonho. “Meu rendimento na faculdade caiu muito e eu não queria que caísse dessa forma porque esse sempre foi o meu sonho. São quase três anos da minha vida, do meu sonho, que estão sendo quase que um pesadelo para mim”, disse. Ela ainda faz um apelo à instituição. “Já que a faculdade não quer ser amigável comigo, eu só quero a transferência de faculdade para que acabe esse sofrimento para que eu possa focar nos meus estudos”, conclui.




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