Veja o Lado Positivo das Coisas e dos Fatos
Todos somos motoristas do veículo chamado vida terrena; dependendo de “como giramos o volante”, ou seja, de como direcionamos a mente, podemos seguir por um mundo luminoso ou por um mundo sombrio. O “volante” que determina o rumo de nossa vida é a palavra que proferimos. Dependendo das palavras que dizemos, podemos caminhar para um mundo luminoso ou para um mundo sombrio.
Precisamos ser comedidos ao falar. Usa-se a expressão “conversa de comadres” referindo-se a fofocas de mulheres; mas, seja mulher, seja homem, falar demais não é bom. Falando-se demais, acaba-se falando mal dos outros. Por isso, é melhor ser comedido nas palavras. Além disso, quando conversamos, às vezes desabafamos aos outros os nossos problemas, esperando contar com a solidariedade deles; com isso, acabamos recapitulando mentalmente os fatos desagradáveis e gravando de novo em nossa mente os problemas que nos afligem. Assim, mesmo que tenhamos lido os livros que contêm palavras positivas – como A Verdade e A Verdade da Vida – e estivéssemos começando a vislumbrar um mundo luminoso, voltamos a remoer os velhos problemas, o que implica usar de modo errôneo a força criadora da mente e provocar o surgimento, no mundo fenomênico, de outros problemas que nes tomarão mais infelizes. A melhor postura mental é esquecer os fatos desagradáveis e tristes.
A Seicho-No-Ie afirma que não existe o passado. O que quer que tenha acontecido no passado, isso já passou. É preciso vivificar o agora (o momento que se vive); além do agora, nada existe. Ser feliz no momento presente é ser feliz amanhã também, pois quando o amanhã chegar, ele será o presente, o agora. Sendo feliz cada momento em que se vive, será feliz eternamente.
Se você disser uma palavra boa agora, ela ressoará eternamente. Do mesmo modo, ainda que ninguém esteja ouvindo ou vendo, se segredar à alguém um fato desabonador a respeito de um terceiro, isso acabará se propagando. Dizem que “as paredes têm ouvidos” porque um segredo revelado entre quatro paredes acaba sendo espalhado por alguém e chega ao conhecimento de todos. Não é que realmente as paredes tenham ouvidos, mas, quanto mais se queira guardar um segredo, mais ele é revelado; às vezes, uma criança inocentemente ouve algo e o transmite a terceiros. Quando se fala mal dos outros, mesmo tomando cuidado, isso acaba se espalhando e às vezes destrói uma amizade de longa data ou traz consequências terríveis, que podem des-truir a vida da própria pessoa. Portanto, não devemos falar mal dos outros. Mas, sabendo de algo negativo a respeito de alguém, é difícil guardar segredo; por isso, o melhor é não tomar conhecimento de aspectos negativos dos outros.
Como fazer para não ver e aspecto negativo? Pense que tal aspecto é o prenúncio do surgimento do bem aspecto. É precise mudar o modo de ver as coisas. Quando nuvens negras encobrirem o céu, não pense “Ih, que chato, vai chover”, mas mentalize “Que bom, vai chover e encher o reservatório de água” ou “Deus está mandando chuva para não faltar energia elétrica”. Todas as coisas podem ser vistas positivamente. Mas o contrário também é verdadeiro: há pessoas que somente veem o lado negativo das coisas, e geralmente elas têm destino infeliz.
Atualmente, discute-se muito a paz e condena-se a guerra como se esta fosse o próprio demônio. Mas até mesmo a guerra tem o seu lado positivo, pois faz o povo unir-se por uma causa comum, desestimulando a vida dissoluta e egocêntrica e despertando sentimentos nobres. Ao comparar o período de guerra com o pós-guerra, parece-me que o povo japonês já não possui o elevado senso moral de antigamente, deixando-se levar per ideologias que exaltam os prazeres dos sentidos, o individualismo e o egocentrismo. Não defendo a guerra, e que quero dizer é que nem mesmo a guerra apresenta somente lado negativo. Certo médium captou a seguinte mensagem de um espírito: “Quando se exacerba o egoísmo dos homens, acontecem guerras e catástrofes que contribuem para a purificação da alma”. Em tudo há o lado bom e o lado mau, dependendo do modo de ver.