O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu-se em Plenário da acusação de compra de apoio político para formação de coligação nas eleições presidenciais de 2014. As denúncias contra Aécio, publicadas em vários veículos da imprensa, foram reveladas pela Operação Ross, da Polícia Federal, originada a partir de delação de executivos da J&F.
De acordo com ele, os recursos que recebeu não foram propina, mas doações legais para campanhas eleitorais pelo PSDB e partidos aliados. “Tive [durante a campanha eleitoral], até mesmo pela minha função de presidente do partido, contatos com inúmeros empresários. As regras, a legislação vigente, permitia que as empresas privadas participassem do processo eleitoral, algo que felizmente foi superado a partir desta eleição”, disse Aécio, que protestou contra os novos mandados de busca e apreensão em imóveis de sua propriedade e de sua irmã, Andréa Neves.
Para Aécio, as acusações feitas pelo proprietário da J&F,Joesley Batista, contra sua pessoa, são, na verdade, “um roteiro, assinado, comandado e coordenado” visando validar o acordo de delação premiada celebrada pelo empresário na Operação Lava Jato.
“E o que busca esse senhor? Exatamente pelas falhas no seu depoimento, exatamente pelas incongruências da sua delação, pelas mentiras inúmeras encontradas, ele busca agora construir novos fatos para que possa apresentá-los, quase que como um portfólio para dizer da importância e da necessidade de validação da sua delação”, acrescentou.
Aécio também rechaçou a versão que Joesley Batista apresentou às autoridades da Lava Jato, segundo a qual o senador Agripino Maia (DEM-RN) teria vendido por R$2 milhões o apoio do DEM à sua candidatura.
“É insano. Não é crível. É falaciosa essa versão apresentada por esse delator e corroborada, infelizmente, por muitos”, afirmou Aécio Neves.
Fonte: Agência Senado