Se eu começar este artigo aconselhando-o a não trabalhar por dinheiro, mas a colocar o dinheiro para trabalhar para você, estou certo de que você vai pensar:
— Falar é fácil. Quero ver se quem trabalha para pagar contas no final do mês pensa da mesma forma!
Não. Não pensa da mesma forma. Mas eu penso e você também vai pensar depois que souber como saber viver financeiramente.
Como tudo o que vale a pena na vida, saber viver financeiramente pode não ser tão fácil quanto falar, mas é muito mais simples do que você imagina.
Dupla abordagem
Para viver bem financeiramente, é preciso abordar o assunto sob dois aspectos distintos, mas complementares e igualmente importantes: o físico e o metafísico.
Vive bem financeiramente quem é próspero. E é próspero quem vive a vida por inteiro, sabendo unir os aspectos físico e metafísico do próprio ser.
De que adianta você estar em sintonia com as leis superiores que regem o fluxo da abundância e da prosperidade no Universo, se você não sabe administrar bens e fartura que chegam às suas mãos? E de que adianta enterrar-se no trabalho, esquecendo-se de si mesmo e da vida ao seu redor, achando que disso virá a fartura e a abundância?
A administração física da riqueza, mesmo que todos tenhamos direito a ela por herança divina, ficará sempre nas mãos de pessoas que tenham habilidade para isso.
No universo, nada se perde
Assim como viemos ao mundo com a missão de “crescer e multiplicar”, toda a riqueza também existe para se expandir e ser, cada vez mais, multiplicada. Nunca para se perder.
Quem acha que conseguirá participar desse pool de administradores da riqueza universal apenas com esforço físico, estabelecerá com a riqueza uma relação muito parecida com aquela que um arquiteto e um ajudante de pedreiro têm com um edifício. O arquiteto será muito mais “dono” da obra que o ajudante de pedreiro.
Antes de mais nada, é bom que se diga que o edifício não pertence a nenhum dos dois, assim como a riqueza universal não pertence a qualquer um de nós.
O arquiteto, mesmo que nunca tenha visitado a obra, sabe mais sobre o edifício do que o ajudante de pedreiro. E este, apesar de ficar o dia inteiro no canteiro de obras, muito provavelmente terá dificuldade em responder se o prédio será comercial ou residencial. O alcance da sua participação na obra é limitado ao transporte de carrinhos de cimento de um lado para o outro.
Mas assim como existem arquitetos e “arquitetos”, existem ajudantes de pedreiro e “ajudantes de pedreiro”.
Ao projetar um prédio residencial em que as áreas de serviço dos apartamentos não tenham ventilação adequada, o arquiteto demonstra falta de conhecimento sobre a utilização prática do seu trabalho. É bem provável que a esse arquiteto também faltem conhecimentos para viver bem financeiramente.
Por outro lado, o ajudante de pedreiro que, fazendo o rejunte dos azulejos da área de serviço, comenta sobre a dificuldade que será secar roupa naquele espaço mal ventilado, demonstra um conhecimento que faltou ao arquiteto. É bem provável que, com o pouco que ganha, esse ajudante de pedreiro saiba viver bem financeiramente. Mas o que determina essa sabedoria financeira, que não é determinada pela quantia maior ou menor de dinheiro que alguém ganha, é assunto que continuaremos discutindo nos próximos artigos.