O último trimestre do ano costuma ser bastante movimentado em questão de vendas e de contratações. Este período é marcado por três grandes datas, Dia das Crianças, Black Friday e Natal, que movimentam o comércio nesta época. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) prevê uma queda tanto nas vendas quanto na abertura de vagas temporárias. Para o Natal deste ano, a Confederação estima a contratação de 72,7 mil trabalhadores temporários. Este número aponta um recuo de 1,7% em relação aos 73,9 mil postos criados no ano passado.
Ainda de acordo com CNC, as vendas do varejo no Natal também vão ter um desempenho inferior ao de 2017. No último ano a porcentagem era de 3,9%, enquanto 2018 é de 2,3%, resultando em uma movimentação de R$34,4 bilhões. Isso é resultado da desaceleração da economia diante do cenário de incertezas do segundo semestre. Ainda segundo os dados apresentados pela CNC, o salário de admissão deverá alcançar R$1.230, avançando, portanto, 3,9% em termos nominais na comparação com o mesmo período do ano passado
Juiz de Fora segue os mesmo caminhos do cenário nacional. A expectativa para o comércio local é de 900 a 1100 vagas temporárias para o final de ano, como aponta Emerson Belotti, Presidente do Sindicomércio. “Essa proporção é um pouco menor que o ano passado devido aos problemas que estamos atravessando no comércio. Considerando que existe uma expectativa positiva, porque o Natal é a melhor data do comércio, nossa expectativa é em torno desse número”, disse. Belotti ainda comenta que desse total é esperado que 30% sejam efetivados em janeiro de 2019.
Glauco Fiuza é empresário no ramo de moda e acessório. Há 14 anos, ele atua nesse cenário à frente da Chilli Beans, em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro. O empresário afirma que, em seu negócio, as contratações temporárias também diminuíram. “Este ano estamos contratando um pouco menos que nos outros anos, porque 2018 foi um ano muito difícil para o varejo pois, além de estarmos em uma crise econômica, tivemos o cenário da Eleição, a Copa do Mundo e também uma greve”, disse. No geral, Glauco administra oito lojas da marca e, segundo ele, nos últimos anos, as contratações temporárias variavam de 2 a 3 vendedores para cada loja e neste ano as contratações vão variar de 1 a 2 vendedores. “Ficamos com medo de fazer a contratação normal de final de ano e não termos o resultado financeiro para cobrir isso”, comenta.
A pesquisa apresentada pela CNC ainda mostra que os maiores volumes de contratação deverão se concentrar no segmento de vestuário (47,9 mil vagas) e no de hiper e supermercados (11,5 mil vagas). Esses setores são considerados os “grandes empregadores” do varejo e juntos eles representam 42% da força de trabalho do setor. Nesta época do ano esses segmentos costumam responder, em média, por 60% das vendas natalinas.