Eleições do novo: empresário pode vencer político experiente em Minas Gerais

As eleições de 2018 estão sendo marcadas pelas “novidades”, nas quais a maioria dos candidatos que foram eleitos ou que passaram para o segundo turno são desconhecidos no meio político. No estado de Minas Gerais não é diferente. Com 66% de chances de votos válidos, Romeu Zema (NOVO), após ultrapassagem inesperada contra Fernando Pimentel (PT) no primeiro turno, lidera as pesquisas contra o candidato Antonio Anastasia (PSDB) para governador de Minas Gerais, de acordo com a pesquisa Ibope realizada na última semana.

Dono do bilionário Grupo Zema, rede de varejo de Minas Gerais, o candidato pelo Partido Novo, com um posicionamento contra as antigas políticas, afirma em sua campanha que empresários devem ser mais participativos no governo.

Para o cientista político, Fernando Perlatto, este crescimento significativo de Zema está ligada ao novo fenômeno sobre a insatisfação com o sistema político. “No caso de Minas Gerais, existe um desgaste muito grande com o governo atual, o do Pimentel (PT), não só com aqueles que o opunham, mas com a sua própria base eleitoral, pela falta de pagamentos e etc, e também pelo desgaste do PSDB [representado pelo Anastasia], reforçando a busca de inovação pelos eleitores”, pontuou.

O outro fator que Perlatto acrescenta são sobre as participações das redes sociais que foram cruciais para as decisões do pleito eleitoral. Em destaque, o cientista político diz que o aplicativo WhatsApp propagou tantas notícias, que nem os institutos de pesquisas e nem os meios de comunicação puderam acompanhar. Por último, o envolvimento do candidato, mesmo que implícito, com a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), “o fenômeno que foi uma avalanche no Brasil inteiro, que traz o fator da novidade, mas principalmente, da anti-política”, destacou Fernando.

 

Novos desafios

Independentemente de quem venha ganhar para governador de Minas Gerais, diante do caos que o estado está vivendo, sem repasse de verba para os municípios, professores sem receber, e etc, o trabalho a ser feito é longo. A prioridade está em todos os setores.

Além das pautas específicas, o cientista político acredita que o maior desafio, não só do governador de Minas, mas de todos os estados, é repactuar a sociedade e criar novamente novos caminhos de diálogos. “Seja Zema ou Anastasia, eles precisam criar pontes de diálogo com setores da sociedade que eles não estão dialogando. Não há democracia quese sustente onde a possibilidade de diálogo não é sequer almejada pelos atores políticos”, ressaltou Fernando Perlatto.

 

 




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