O projeto de extensão “De peito aberto” da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou nesta sexta-feira, 19, o “Rosas de Outubro” – evento que promoveu, durante a tarde, diversas atividades voltadas para a reflexão sobre o câncer de mama e a saúde feminina. Além da mesa redonda “Imagem corporal e saúde mental feminina”, também tiveram estandes de bem-estar, exposição fotográfica e desfile para celebrar a vitória contra a doença e valorizar a auto-estima das mulheres.
O objetivo do “Rosas de Outubro” é incentivar a valorização da vida, ressaltando a graça e a beleza. A coordenadora do projeto e professora do curso de Enfermagem, Jaqueline Ferreira Ventura Bittencourt, considera que o momento mais significativo é quando as mulheres são convidadas a desfilar, se sentem como estrelas e podem falar sobre elas mesmas para o público.
Márcia Nunes, que venceu o câncer de mama e participou do desfile, lembra que precisou retirar a mama, o que foi doloroso tanto física quanto psicologicamente. “Demorei um tempo para voltar a me tocar, porque me parecia um corpo estranho e até hoje evito olhar. Perdi uma parte de mim, umas das que eu mais amava, mas estou viva e continuo bonita.” Márcia destaca que fica feliz em participar do “Rosas de Outubro” e conta que o evento é um momento para celebrar a vitória diante da doença.
A pró-reitora de extensão, Ana Lívia Coimbra, ressaltou ser gratificante para a instituição participar da organização de um evento que valoriza a resistência feminina e estabelece diálogo com a comunidade para ampliar o conhecimento. “Esta tarde é um marco para dizer que a UFJF estará sempre presente onde a luta for pela vida e pelo respeitos às diferenças”, garante Ana Lívia.
Saúde mental e imagem corporal
A mesa redonda abordou a saúde mental da mulher e a imagem corporal, buscando tratar o assunto de forma ampla pelo viés interdisciplinar entre as áreas de Educação Física, Enfermagem, Odontologia e Nutrição. Compuseram a mesa a professora de Educação Física, Maria Elisa Caputo; a docente de Enfermagem, Maria Inês Gomes de Almeida; o professor de Odontologia, Marcos Vinicius Queiroz de Paula; e a nutricionista Anelisa Rezende.
Maria Elisa, da Educação Física, explicou que o conceito de imagem corporal é a maneira como as pessoas enxergam o próprio corpo e lembrou que a construção desta imagem é influenciada principalmente pela comparação e pela internalização da magreza e da muscularidade. A professora destacou a importância de se reformular o padrão de beleza, muitas vezes impossível de ser atingido. “É importante reformular os ideias corporais, não só para quem tem câncer de mama, mas também para que todas as pessoas aceitem seus corpos”, disse.
A professora da Faculdade de Enfermagem, Maria Inês Gomes de Almeida, acredita que a Enfermagem atua diretamente no acolhimento e na humanização das pacientes acometidas por câncer. “A mulher não é só peito. Ela tem a vida dela e pode compartilhar momentos e viver bem, sabendo que os cânceres de mama e de colo de útero, quando descobertos no início, têm tratamento e cura.”
Fonte: Assessoria