De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção mineira de grãos se destacou pelo bom comportamento climático. Com recorde de 118,9 milhões de toneladas, a produção de soja da safra 2017/18 ficou 4,2% superior à safra passada. Ainda segundo a Companhia, Minas mostrou crescimento e expansão da cultura, podendo em curto espaço atingir 2,0 milhões de hectares, em 2018. Alguns especialistas da Embrapa Soja afirmam que este será um ano de avaliações em relação ao melhor momento de plantar a safra de soja 2018/19. Com indicações de que as chuvas chegarão mais cedo, em setembro, algumas lavouras serão avaliadas em outubro, mesmo com a falta de água no período.
O programa “De Primeira, Sem Dúvida” tem como base oferecer aos sojicultores informações sobre boas práticas, manejo responsável, sustentável e orientação a melhores resultados. A iniciativa vem ajudando gradativamente os agricultores, haja vista a geração de resultados positivos no final do processo, uma vez que, em Minas Gerais, a safra de manejo correto apontou cerca de cinquenta sacas a mais de soja em relação à lavoura sem pulverização.
Produtor da Serra do Salitre, Jeferson Junior Rossi, ressalta a importância que as informações obtidas pelo programa trouxeram para sua safra. “Investimos fortemente em tecnologia e planejamento, fizemos o plantio na hora certa, aplicamos defensivos e praticamos adubações que foram muito eficazes. Com isso, a safra fechou com bons números e a produtividade foi maior que a anterior”.
Tendo em vista todo o processo da safra, o ataque de pragas e fungos na lavoura causa sérios prejuízos, como perda de produtividade e má formação do plantio, portanto, a sequência de boas práticas e segurança em todo o ciclo da soja gera melhores resultados. “A lavoura precisa de proteção completa. A confiança que se deposita em um fungicida é muito grande, porque micro-organismos não são vistos quando a planta está sendo infectada e incubada. É aí que a relação de confiança se estabelece com quem está usando”, afirma o pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Fernando César Juliatti.
Quando questionado sobre os desafios da próxima safra, Juliatti explica que o monitoramento precoce dos surtos na lavoura será essencial para um bom início de plantio. “O produtor deve ter em mente que é necessário ser feito o acompanhamento antecipado das pragas e o reforço do controle vegetativo quando for necessário, associado aos fungicidas multissítios, isto é, aqueles que agem em múltiplos pontos do metabolismo do fungo simultaneamente, fazendo o controle da doença. Para alertar os agricultores, estamos utilizando plataformas digitais e fazendo pequenos vídeos, colocando informações na internet e publicações em grupos técnicos”.
O produtor mineiro preza pela tecnificação da fazenda. Serviços como armazenagem de insumos, tecnologia de aplicação terrestre e treinamento em plantabilidade são os mais requisitados dentro da Rede AgroServices, levando ao campo melhores resultados, ancorados em produção com qualidade e maior rentabilidade do negócio. Neste estado são mais de 16 mil agricultores inscritos nesta plataforma.
Um dos principais diferenciais do “De Primeira, Sem Dúvida” é levar informação para que o produtor saiba utilizar as melhores ferramentas no momento correto. “Sabe-se que para a disseminação de uma doença na cultura da soja, existem vários fatores envolvidos, portanto, é difícil ser totalmente assertivo. Este projeto orienta o produtor a fim de aproveitar seu investimento da melhor maneira. Para conseguirmos o manejo adequado, é fundamental considerar a importância de outras estratégias, como a resistência genética, o vazio sanitário e a eliminação da soja guaxa/tiguera na entressafra, assim como tecnologia de aplicação que realmente permita uma boa distribuição dos fungicidas. Cada safra tem sua particularidade e desafio, por isso é importante o sojicultor estar bem preparado”, explica Marcos Dallagnese, gerente de Fungicidas da Bayer.