No Brasil, a estimativa é de que existam mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo 20 milhões cães, como apontam os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda de acordo com o levantamento, nas grandes cidades, para cada cinco habitantes há um cachorro. Desse número, 10% estão abandonados. Muitos desses animais abandonados são alvos de maus-tratos e acabam ficando doentes por falta de comida e também pelas condições em que são expostos ou, em alguns casos, morrem devido aos atropelamentos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 44,13% dos lares brasileiros possui ao menos um cão em casa. Isto significa que a população de cachorros nas casas do Brasil chega a 52,2 milhões. O país aparece em segundo lugar no ranking mundial de países com animais domesticados.
A psicóloga Elisângela Pereira explica que “animais de estimação podem ajudar na nossa saúde e no nosso bem-estar de várias formas porque eles estão sempre presentes e normalmente são muito companheiros e tem uma capacidade gigantesca de perceber nossas emoções”.A psicóloga também esclarece que muitas áreas do nosso organismo são ativadas quando temos contato com um bichinho de estimação.“Comprovadamente a gente diminui o risco de ter algum problema cardíaco porque a gente leva o animalzinho para passear e faz mais atividade física, que fortalece o sistema cardiovascular”, explica. Além disso, o contato com um animal ajuda a evitar que a pessoa apresente indícios de depressão, ansiedade ou estresse.“São várias áreas do nosso organismo que podem ser beneficiadas por esse contato com os animais”, conclui.
De acordo com um estudo publicado na revista científica JournalofPsychiatricResearch e realizado por psiquiatras da Clínica Médico-Psiquiátrica da Ordem, na cidade do Porto, em Portugal, que contou com 80 pacientes diagnosticados com distúrbio depressivo grave.Metade desses pacientes mantinha contato com animais durante o tratamento, enquanto a outra metade seguiu sem adotar nenhum animal. O estudo apontou que os pacientes que se relacionaram com pets mostraram melhoras significativas em seu quadro, a outra metade não revelou melhora alguma.
Sendo assim, adotando um animal de estimação você não estará apenas salvando a vida de um bichinho e levando felicidade para sua casa, como cuidando da sua saúde.
AMOR ANIMAL
A microempresária Josiane Pereira, 32 anos, tem quatro animais de estimação: três cachorros e um coelho. A adoção mais recente foi do cãozinho Brayan.“Conheci ele através das redes sociais. Ele estava na rua e uma amiga deu lar temporário para ele. A princípio eu fui apenas para conhecer, mas foi amor a primeira vista”, conta. A adoção de Brayan surgiu da necessidade de ter um companheiro para a cadelinha Nina e que a chegada do novo amigo trouxe benefícios para sua vida. “A chega de Brayan foi triunfal, encheu minha vida de alegria, energia e disposição”.
Josiane conta que incentiva a todos a adotarem um bichinho e não a comprar.“Quando falamos em seres vivos, a palavra ‘comprar’, nos soa estranha porque o que um animal é capaz de nos dar e transmitir não se pode comprar, não há dinheiro no mundo que pague”.
Para ela, a situação dos animais de rua pode ser transformada pela sociedadeque pode escolher dar uma chance de vida a esses animais. “Você vai ganhar um amigo leal e amoroso por toda sua vida, e a satisfação de saber que você colocou seu grãozinho de areia para fazer deste mundo um lugar melhor”. Ela ainda deixa uma lição: “para ser um cachorro bonito não é preciso ser um cão de raça”, conclui.
ADOÇÃO
Certamente você já se deparou com um animalzinho,mais especificamente um cãozinho, em situação de rua, que acaba entrando para a estatística e fazendo parte dos milhões que foram abandonados. Para reverter a situação de muitos desses bichinhos, você pode optar pela adoção.
Em Juiz de Fora existe o Canil Municipal. A gerente do Departamento de Controle Animal, Miriam Neder, explica que para realizar a adoção os interessados passam por uma entrevista, com perguntas sobre a vida e a situação de cada um. “A pessoa precisa ser maior de dezoito anos e tem que ter meios de manter o animal. São perguntas para sabermos se o animal que a pessoa quer vai se adaptar à casa que ela tem e a vida que ela leva”, explica.
De acordo com Miriam, hojesão abrigados mais de 500 animais entre cães, gatos e cavalos. O controle da entrada e saída dos animais é feita diariamente. “O procedimento para adoção de todos eles é igual. Todos os interessados passam por uma entrevista”, explica. Ela ressalta que mesmo que a pessoa não possa adotar, não seja ‘selecionada’, todos os interessados recebem um retorno da instituição.
Atualmente, em média, 30 cães são adotados por mês. A adoção dos animais pode ser feita através dos eventos de adoção realizados mensalmente pelo Canil Municipal. Além disso, é possível fazer uma visita ao local que funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 10h30 e das 13h às 15h30. Através do Facebook do Canil Municipal é ter acesso e preencher o formulário on-line de intenção de adoção. Também é possível entrar em contato por meio do disque adoção: 3225-9933.