Ao nosso redor muitas pessoas sofrem com algumas fobias e uma delas está ligada ao medo de dirigir. Os sintomas mais comuns desse pânico são mãos trêmulas e pernas bambas, além do suor excessivo. Se você procurar a sua volta, encontrará uma pessoa, ou mais, que tenha a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e use apenas como documento de identificação ou CPF. De acordo com a Psicóloga Elisângela Pereira, esse medo está ligado a dificuldade que as pessoas têm a não conseguir lidar com algo que elas não podem controlar. “Estar na direção de um carro você tem um certo controle, mas é um pseudocontrole. A qualquer momento pode acontecer alguma coisa, um pedestre atravessar na sua frente, um animal ou um carro pode te dar uma ‘fechada’. Normalmente são pessoas que tem dificuldade de lidar com essa falta de controle”.
Existem diferentes tipos e níveis de medo, podendo ir de um leve desconforto ou ansiedade até mesmo a um pavor total. Quando o medo passa a ser patológico, que afeta profundamente a vida de uma pessoa (física, psicológica e socialmente), ele pode ser diagnosticado como fobia. No caso das pessoas que tem medo de dirigir, a psicóloga ainda explica que ele se desenvolve porque muitas dessas pessoas são controladoras, que não suportam a ideia de não controlar determinadas situações. “Isso se expande por várias áreas da vida e quando a pessoas se pega aprendendo a dirigir, querendo tirar carteira, aí ela percebe esse pânico e na maioria das vezes a pessoa desiste”, disse.
Marcos Santarém é Instrutor de autoescola há 11 anos, ele conta que já atendeu pessoas com esse medo. “Eu tive uma aluna que parou de dirigir porque viu um acidente de uma moto com um carro, um acidente brutal. Eu tive que levar ela para um local mais tranquilo para recomeçar. No fim ela conseguiu”. Com mais de uma década de experiência, o instrutor conta que ao iniciar uma aula ele faz uma entrevista para conhecer mais o aluno. “Lidar com um aluno traumatizado, o que dirige e o que não sabe nada, eu faço uma entrevista com algumas perguntas para saber o histórico dessa pessoa. Se já bateu, se perdeu alguém acidente. É o sentimento do primeiro contato”, contou. Dependendo do comportamento e dos sinais que o aluno demonstra, o instrutor encaminha para um tratamento psicológico.
Elisângela conta que o tratamento recomendado para essas pessoas é Terapia Comportamental Cognitiva. “A pessoa vai sendo exposta a situação de dirigir e vai sendo trabalhada na mente dela essa dificuldade de lidar com essa falta do controle em uma situação de direção. Caso ela seja uma pessoa extremamente ansiosa, pode ser que haja necessidade de um acompanhamento psiquiátrico”. A psicóloga fala que exercícios de meditação e respiração podem ser úteis para as pessoas que sofrem com esse medo. Além disso, quando estiver dirigindo deve manter sempre o pensamento positivo. Outra dica são aulas com instrutores mesmo depois de ter a habilitação.