Após incêndio em museu, governo faz reunião no Planalto

O presidente Michel Temer se reúne nesta terça-feira, 4, no Palácio do Planalto, com ministros, secretários, coordenadores e os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica e do Banco do Brasil. A reunião ocorre dois dias após o incêndio que atingiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruindo 90% do acervo histórico, científico e artístico.

Após o incêndio no domingo, 2, a comunidade artística e intelectual cobrou explicações de autoridades públicas, alegando que houve alertas sobre os problemas de infraestrutura e manutenção do local, que colocavam em risco os mais de 20 milhões de itens expostos. Inicialmente, apenas para a reconstrução física do prédio, deverão ser investidos R$ 15 milhões.

Ontem, 3, no Rio de Janeiro, os ministros Rossieli Soares da Silva (Educação) e Sérgio Sá Leitão (Cultura) anunciaram a criação de um grupo de trabalho para reunir parcerias em torno da recuperação do museu. Porém, peças raras se perderam. O esforço, no primeiro momento, será para a reconstrução do edifício.

O Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que faz parte do Ministério da Educação. Porém, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) é ligado ao Ministério da Cultura.

Em junho, o BNDES assinou contrato para o repasse de R$ 21,7 milhões para a terceira fase do plano de investimento de revitalização do museu. No entanto, de acordo com a  interpretação da instituição sobre a lei eleitoral impediu a liberação dos recursos para o Museu Nacional.

Reunião

Deverão participar da reunião, no Planalto, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Rossieli Soares da Silva (Educação), Sérgio Sá Leitão (Cultura), Esteves Colnago (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) e Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República).

Também são esperados os secretários Georges Soares (Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão), Júlio Alexandre (Planejamento e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão), e Sidrack Oliveira (Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão).

Devem participar ainda os presidentes do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, do BNDES, Dyogo Oliveira, e da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza, além do diretor da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, Mauro Luiz Rabelo, e do coordenador da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do Ministério da Educação, Adalton Rocha de Matos.

Acervo

O Museu Nacional do Rio reunia um acervo de mais de 20 milhões de itens dos mais variados temas, coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. No local, estava a maior coleção de múmias egípcias das Américas.

No local, também estava Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado nas Américas, que remete a 12 mil anos, e representa uma jovem de 20 a 24 anos. No museu, havia ainda o esqueleto do Maxakalisaurus topai, maior dinossauro encontrado no Brasil.

O museu é a mais antiga instituição histórica do país, pois foi fundado por dom João VI em 1818. É vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com perfil acadêmico e científico. Tem nota elevada nos institutos de pesquisa por reunir peças raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.

História

O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados no local.

Fonte: Agência Brasil




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