O lixo eletrônico é composto por resíduo material resultado do descarte de equipamentos eletrônicos. Nos dias de hoje, vivemos cercados de uma grande quantidade de equipamentos eletrônicos, constantemente fazemos a troca deles e com isso surge um grande problema para o meio ambiente, já que parte desse lixo não é descartada de forma correta. Produtos como celulares, computadores, baterias, televisões entre outros, são apenas alguns tipos de lixo eletrônico. Esses produtos liberam metais, como chumbo, mercúrio, cromo, níquel e outros, e o descarte incorreto pode resultar na contaminação da água ou do solo.
Somente no ano de 2016, o Brasil gerou 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico. Esse número coloca o país como o segundo maior gerador desse tipo de resíduo no continente americano, atrás apenas dos Estados Unidos, que produziram 6,3 milhões de toneladas de lixo eletrônico no mesmo período. No mundo todo, também em 2016, esse número chegou a 44,7 milhões de toneladas de lixo. Essa quantidade é 8% maior comparada com o ano anterior (2015).
Esses dados foram apresentados pelo Global E-waste Monitor 2017, relatório internacional feito pela Universidade das Nações Unidas (UNU) em parceria com outras instituições. O relatório ainda aponta que até 2021, a geração do lixo eletrônico global deve aumentar 17%, superando a marca de 50 milhões de toneladas por ano.
No Brasil existe a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que regula a prevenção e também a redução na geração de resíduos. A proposta contida na Lei é uma política de desenvolvimento sustentável, incentivando a prática de hábitos de consumo equilibrado com o consumo mínimo dos recursos naturais, buscando propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (o que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (o que não pode ser reciclado ou reutilizado). A Lei institui a responsabilidade compartilhada dos geradores desses resíduos: os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e também o cidadão.
Em Juiz de Fora, a empresa de sustentabilidade E-Ambiental desenvolve um projeto de reciclar, reutilizar e restaurar boa parte dos equipamentos sucateados de Pessoa Física e Jurídica. A empresa, que existe há dois anos, recebe os materiais eletrônicos que seriam descartados e os restauram. Segundo Leandro Medeiros, sócio-proprietário da empresa, o objetivo é orientar a população sobre a importância de realizar o procedimento correto. “A empresa é voltada para reciclagem desde o início, voltada mais para o lixo eletrônico. Fazemos algumas atividades em outras áreas da reciclagem porque estamos tentando implantar na população uma educação ambiental. É através da educação que conseguimos um resultado melhor”. Com esse projeto, eles ainda desenvolvem um trabalho social, pois a mão de obra usada para desmontar esses equipamentos é de detentos do CERESP (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional).
No Brasil, apenas 3% do lixo eletrônico é coletado de forma correta. De acordo com Medeiros, há poucas informações sobre esse assunto. “É algo muito recente e quando falamos de lixo eletrônico tem pouca informação e é um lixo que tem uma crescente muito grande. As empresas em Minas Gerais licenciadas são a nossa e mais duas. Dentro de Juiz de Fora esse trabalho é pioneiro e coloca a cidade como um se fosse um pólo de reciclagem do lixo eletrônico”.
A E-Ambiental implantou ‘Eco Pontos’ em alguns lugares de Juiz de Fora. A empresa recebe qualquer tipo de produto eletrônico, o único material que a empresa não recebe é lâmpada fluorescente.
As pessoas interessadas em fazer o descarte desses objetos podem entrar em contato com a E-Ambiental através do da sua página no Facebook ou ligando para o telefone (32) 3235-5769. A sede da empresa fica na rua Duque de Caxias 140B, Bairro Poço Rico.