A partir do dia 27 de agosto até o dia 10 de setembro, aposentados e pensionistas de todo o país começarão a receber a primeira parcela do 13º salário, conforme a tabela de pagamentos e benefícios de 2018.
Segundo a Secretaria de Previdência, o pagamento será feito junto com a folha mensal de pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A estimativa é que o valor dessa antecipação chegue a R$20,6 bilhões e cerca de 30 milhões de beneficiários irão receber a primeira parcela do abono anual, que corresponde a 50% do valor total. Lembrando que só tem direito ao dinheiro apenas quem recebeu o benefício previdenciário de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão ou salário maternidade, durante o ano de 2018.
O desconto de Imposto de Renda só irá ocorrer no pagamento da segunda parcela do benefício, que irá ocorrer nos meses de novembro e dezembro.
O que fazer com o 13º salário?
Ao receber o pagamento, muitas pessoas ficam sem saber o que fazer com o dinheiro: quitar dívidas, poupar ou aproveitar para consumir. Mas afinal, qual é a melhor forma de utilizá-lo? Pensando nesta questão, nós conversamos o economista e professor da UFJF, José Jamil Adum, para dar dicas de como aproveitar esta primeira parcela do 13º salário.
De acordo com Jamil, a ideia inicial é que as pessoas não usem toda a primeira parcela só para quitar as contas e que tenham se organizado, como uma empresa, durante todo o ano, para fazerem uso desse dinheiro de forma vantajosa, fazer uma viagem, poupar e etc.
Ele ainda diz que as pessoas erram quando não traçam uma linha de prioridades desde o início, deixando o pagamento para as dívidas, não sobrando investimento em diversão e lazer. Outro erro gravíssimo é acharem que podem gastar em dobro, porque receberam em dobro.
Como se organizar
Como primeiro passo, é ideal que se faça um levantamento sobre a atual situação financeira. A partir disso, será possível tomar a melhor decisão.
Para aqueles que não fizeram um planejaram e não conseguiram sair do vermelho e pretendem usar este valor do benefício para pagar as dívidas, ele nos conta que o ideal é fazer um diagnóstico da atual situação das contas pendentes e destacar quais são as que possuem maiores juros.
Estas são as dívidas que deverão ser quitadas. Dentro dessa pesquisa, o economista pontua também que é bom pesquisar outras instituições financeiras e ver se existem outras maneiras de reverter a situação dessas contas a partir de empréstimos. “Geralmente, as pessoas esquecem que existem outras instituições financeiras que possuem empréstimos com taxas de juros mais baratos, podendo quitar uma dívida do cartão ou o limite especial, por exemplo. Há também a possibilidade de refazer essa dívida com taxas menores. Então, a gente sempre indica fazer uma pesquisa para saber qual é a melhor maneira para reverter esta situação para não ter que destinar todo o 13º salário para as contas”, explicou o professor.
Já para aqueles que não estão enrolados e pretendem aplicar o dinheiro em algum banco, mas não sabem qual a melhor indicação, Jamil diz que vai depender muito das características dos investidores: da quantia que a pessoa possui e do tempo que esse valor poderá ficar na instituição financeira. “Caso vá deixar o dinheiro muito tempo parado, é melhor aplicá-lo em uma conta poupança, que vai de acordo com o valor aplicado e terá uma liquidez imediata. Se pretende deixar o dinheiro por muito tempo sem mexer, então tem lugares que só a partir de 90 dias da aplicação que o investidor poderá movimentá-lo, tendo um tempo maior para pensar de como ele vai ser utilizado”, contou o economista.
Por último, ele ressaltou que guardar uma parte desse salário para as contas de fim e início de ano (compras de Natal, IPTU, IPVA material escolar, matrícula etc.) é válido, principalmente para não começar 2019 no sufoco. Mas a base para ter um resultado satisfatório é sempre agir com equilíbrio e dentro de um planejamento.