Frequentemente são realizadas campanha por doações de sangue para pacientes que passam por cirurgias graves, que tenham doenças graves ou pessoas que tenham sofrido acidente. Além dessas doações que podem salvar milhares de pessoas, uma outra doação também é de extrema importância: a doação de sangue animal.
Esse tipo de doação ainda é uma prática pouco conhecida e divulgada no Brasil. Entretanto, esse quadro começa a mudar. Muitas clínicas já possuem lista de possíveis doadores e muitos donos de pets se disponibilizam a oferecer seus bichinhos para ajudar outros.
No geral, as doações mais comuns ocorrem entre cães e gatos, cada um em seu grupo específico. Elas são fundamentais para salvar bichos em casos como atropelamentos e doenças crônicas ou agudas.
A médica veterinária, Cristina Cardinelli, explicou em que casos a doação para animais é necessária. “As doações são necessárias quando aparecem quadros de anemias graves nos exames de animais, quando há grande perda de sangue, no caso de acidentes ou cirurgias complicadas, por exemplo”.
Para a doação são necessários alguns pré-requisitos, tanto para os cães quanto para os gatos. “Podem doar sangue, gatos com menos de oito anos e que pesem mais de cinco quilos. No caso dos cachorros eles devem ter de um a oito anos e devem estar pesando mais de 25 quilos. Todos devem estar saudáveis. Eles também fazem exame de sangue e um teste de compatibilidade antes da doação. A vacinação também deve estar em dia” explica a veterinária.
O procedimento de doação é tranquilo e assemelha-se com o da doação sanguínea humana. O sangue recolhido do animal vai para uma bolsa que deve ficar em movimento constante. A duração média é de 15 minutos. No caso específico dos cães que fiquem muito agitados, a sedação é indicada, sendo então necessário que o mesmo esteja em jejum.
Cristina explica não ter como mensurar o número médio de doações, pois o mesmo varia de acordo com a necessidade. “A quantidade de doações de sangue animal depende de quantos animais estão precisando. Não temos um banco de sangue. À medida que vai necessitando, a gente entra em contato com clientes que já entraram à disposição.”
A médica veterinária ainda explicou de que forma os donos de pets podem colaborar com as doações de sangue dos animais. “Geralmente existe uma listinha onde os donos de pets colocam seus nomes para ajudarem com a doação de sangue. Os interessados podem buscar as suas clínicas veterinárias e demonstrarem a vontade em relação à doação. Cada vez mais as pessoas estão se conscientizando e o número de animais doadores tem aumentado bastante” finalizou ela.
A designer de moda, Mariana Matos, dona da cadela Nalu, de apenas três anos, colaborou recentemente com a doação de sangue animal. “Foi a primeira vez que a Nalu doou sangue. Eu cheguei a fazer o curso de veterinária por um tempo, então na época fiquei sabendo da possibilidade de doação. Recentemente alguns amigos entraram em contato comigo pois sabiam que eu tinha uma cachorra que tinha as características de doador. Eles perguntaram se eu poderia levá-la para doar por que havia um cachorro precisando” contou.
Mariana relatou como foi o processo de doação. “Foi um procedimento bem rápido, não precisou de muita preparação. Minha cachorra é saudável, estava com as vacinas em dia, então eu a levei. Ela é uma cadela bem tranquila, não precisou sedar. No início ela ficou com um pouquinho de medo por que sabia que estava no veterinário. Quando terminou ela ganhou um patê, uns agradinhos e já estava querendo brincar”.
A designer ainda destacou a sensação em poder colaborar, juntamente com seu pet, para salvar a vida de outros animais. “É uma sensação muito gratificante, eu gosto muito de bichos. Fico muito feliz em poder ajudar. De uma forma ou de outra podemos estar contribuindo com a saúde de algum animalzinho. É como se tivesse ajudando, de certa forma, uma pessoa, o membro da família de alguém. Infelizmente esse ainda é um ato pouco conhecido, não vemos muitas campanhas” finalizou.