Como o frio continua e com o inverno que começou essa semana, nós também vamos continuar degustando um bom vinho… Agora vamos fazer um tour por Santa Catarina: O mapa do vinho Barriga-Verde.
Se o que o visitante procura é um dia frio e um bom lugar para tomar um vinho, aqui estão os destinos ideais para ele: a região serrana de Santa Catarina e dois de seus principais integrantes, o Planalto Serrano e a Serra do Rio do Rastro.
Caracterizado por recantos naturais de tirar o fôlego e pelas baixas temperaturas, frequentemente abaixo de zero, que concedem um clima todo especial ao local, basta uma simples voltinha por seus indescritíveis cenários para se render de vez aos seus encantos e se entregar por completo aos seus atrativos, comandados pela estrela do nosso itinerário: o vinho.
Mais que uma bebida, o vinho é praticamente uma poção encantada que há milhares de anos vem arrebatando corações e colecionando fãs ao redor do mundo. Mestre na habilidade de estimular todos os sentidos do corpo humano, o líquido que fascina com sua coloração, inebria com seu aroma, arrepia com sua temperatura climatizada, alegra com o tilintar de suas taças durante um brinde e agrada a diferentes paladares tem ainda outro poder: atrair uma legião de turistas interessados exclusivamente em seguir sua rota e acompanhar, passo a passo, seu apaixonante processo de fabricação.
Graças a sua privilegiada posição geográfica, que supera 1,8 mil metros em seu ponto mais alto, no Morro da Boa Vista, a região serrana catarinense é uma curva em ascendência tanto pelo formato do seu relevo como pelo grau de importância dentro do enoturismo brasileiro, conquistado, principalmente, pela qualidade de sua premiada produção de vinhos finos de altitude. Repleta de vinhedos e vinícolas conceituadas, entre uma taça e outra os visitantes são convidados a estender o percurso para alguns pontos turísticos imperdíveis, que definitivamente merecem ser inclusos no roteiro.
Pelos Caminhos Nevados
Contemplada pelos municípios de São Joaquim e Urubici, que integram o planalto serrano catarinense e o circuito turístico “Caminhos da Neve”, a rota dos vinhos de altitude pode ser dividida em duas etapas diferentes e complementares: um tour pelas vinícolas Sanjo, D’Alture, Villa Francioni e Leone di Venezia e um passeio por alguns dos paraísos naturais que existem aos montes pela região.
Bem próximas umas às outras, o quarteto fantástico, composto pelas vinícolas inclusas no roteiro iniciado na cidade de São Joaquim, além de ser marcado pelo alto teor de tradição, expertise e muito bom gosto, apresenta peculiaridades que o torna indispensável em qualquer guia enoturístico. Continue seguindo viagem com a gente para conhecer melhor cada uma delas!
Sanjo Cooperativa Agrícola – de origem japonesa, a Sanjo carrega em seu DNA a maestria na arte de fruticultura desde o princípio da sua história, em 1993. Especializada no plantio de frutos como a maçã, um dos carros-chefes da cooperativa, foi sob a influência cultural de franceses, italianos e brasileiros que a empresa ingressou, em 2002, na vitivinicultura, área na qual cresceu, se desenvolveu e atingiu a impressionante marca de 90 toneladas de uvas cultivadas e 100 mil litros de vinhos finos de marcas renomadas, como Maestrale, Núbio e Nobrese, produzidos anualmente.
Boutique D’Alture – dona de uma área de mais de 14 hectares ocupada por vinhedos de uvas como Malbec, Chardonnay e Sangiovese, por exemplo, a vinícola conceituada como boutique segue à risca o significado de sua denominação: produção limitada, com foco exclusivo na qualidade – certificada por meio de suas dezenas de premiações acumuladas. Com uma carta formada por rótulos de sabor incomparável, durante uma visita às suas instalações vale à pena dedicar um bom tempo à degustação das diferentes apresentações da bebida e aproveitar para pegar dicas de harmonização de vinhos com diversos tipos de pratos com os especialistas locais.
Villa Francioni – aliando a técnica de sua colheita manual modernidade de seu engarrafamento automático, a jovem vinícola, que começou a comercializar seus primeiros rótulos em 2005, hoje produz, ao ano, mais de 160 mil garrafas de vinhos e espumantes, de fama nacional e internacional. Classificada como uma vinícola de boutique e dispondo de uma carta catalogada nas linhas de produtos Aparados, Joaquim e VF, o estabelecimento é um dos principais representantes do enoturismo regional, recebendo, por ano, mais de 40 mil turistas interessados em visitar suas encantadoras instalações, conhecer seu detalhado processo de produção e provar o delicioso sabor de seus refinados produtos.
Leone Di Venezia – é sob uma altitude superior a 1,2 mil metros que os cinco hectares de vinhedos – de sangue italiano em terroir (área cultivada) brasileiro – dão origem à matéria prima utilizada nos magistrais vinhos assinados pela célebre Leone di Venezia, local de inspirações venezianas que reúne tecnologia e preservação ambiental em cada etapa do processo de sua linha de produção. Exibindo uma beleza arquitetônica e natural impactante, mais do que contar com espaços de degustações, eventos, gastronomia e varejo, o empreendimento propicia aos seus clientes a incrível experiência de se hospedar em uma de suas quatro aconchegantes suítes, no interior da vinícola.
Uma dose de aventura em Urubici
Ostentando uma natureza surpreendente, a Serra Catarinense reserva muitas surpresas para serem vistas, vividas e sentidas em cada pedacinho de seu território. Sendo assim, por que não aliar o talento para o enoturismo de São Joaquim com o charme sem igual de Urubici? Entre as experiências de tirar o fôlego que podem ser encontradas no destino estão: a impressionante queda d’água de 100 metros da Cachoeira do Avencal, uma visita às milenares inscrições rupestres do Morro do Avencal, uma volta pelas curvas sinuosas da Serra do Corvo Branco, uma parada para fotos na escultural Pedra Furada, situada no Morro da Igreja, e a contemplação da belíssima cascata Véu de Noiva.
Rota Alternativa
Ótima pedida para quem gosta de adrenalina e paisagens surreais, a Serra do Rio do Rastro é uma das vias mais espetaculares do planeta, situada no meio do caminho entre a capital Florianópolis e a região da rota do vinho e da uva de Santa Catarina.
Moldada por penhascos, rochas e cânions que chegam a mais de 1,4 mil metros de altitude, a estreita estrada de concreto, com cerca de 15 mil metros de extensão, é marcada por subidas íngremes e aproximadamente 250 curvas supersinuosas que dão aquele friozinho na barriga e hipnotizam os privilegiados espectadores com uma vista simplesmente indescritível.
Curiosidades:
VOCÊ SABE O QUE DIFERENCIA O ENÓLOGO, O ENÓFILO E O SOMMELIER?
O enólogo é o profissional que domina as técnicas de produção do vinho, que vai da plantação da uva à comercialização da bebida, enquanto o enófilo é o apreciador comum deste genuíno elixir dos deuses. O sommelier, por sua vez, é um expert, de formação, em bebidas de forma geral, incluindo o vinho, que trabalha em bares, restaurantes e lojas especializadas.