Neste sábado, 23, o Museu “Mariano Procópio” celebrará 97 anos de sua inauguração oficial. Além de importante instituição cultural e museológica, sua história vai além disso, começando pela presença da família Ferreira Lage em Juiz de Fora e região. Responsável pela construção da Estrada União e Indústria, o engenheiro e empreendedor Mariano Procópio Ferreira Lage tinha bom relacionamento com o Imperador Dom Pedro II, que aprovou o projeto que possibilitou a ligação entre as cidades da região e Petrópolis. A iniciativa garantiu a exploração comercial, por 50 anos, da estrada. Além disso, Mariano atuou em outras frentes, sendo considerado empresário influente, destacando-se entre as principais figuras da época.
O surgimento do Museu
A casa de veraneio dos Ferreira Lage, ou “Castelinho”, como alguns gostam de chamar, foi construída inicialmente para hospedar o imperador e sua comitiva, durante a inauguração da Estrada União e Indústria, em 1861. Mas o prédio não foi finalizado a tempo, e optou-se em recebê-los na chácara da família. Casado com Maria Amália, Mariano Procópio teve três filhos, Alfredo, Elisa e Frederico. Alfredo Ferreira Lage tinha o gosto pelo colecionismo desde cedo, e ao longo de sua vida foi adquirindo obras de artes e itens variados para seu acervo pessoal. Em 1915 já recebia visitantes na Villa. Na época o local era conhecido como “Museu Ferreira Lage”. Mas a inauguração oficial ampliou o número de visitantes, e o local passou a contar com outras pessoas para ajudar na visitação. A data de 23 de junho foi especialmente escolhida por Alfredo para celebrar o centenário de nascimento de seu pai, o comendador Mariano Procópio Ferreira Lage (1821- 1872).
Com o aumento de sua coleção privada, Alfredo começou a enfrentar desafios vivenciados por outros colecionadores. Além de um espaço adequado para acomodar as milhares de peças dos mais variados contextos, ele já se preocupava com o acesso e o resguardo dos objetos, para que, após sua morte, não se perdessem. A ampliação do acervo de Alfredo levou à construção de um prédio anexo, a galeria de belas-artes, inaugurada em 13 de maio de 1922. Trata-se da primeira edificação brasileira construída com finalidade de ser museu. O planejamento de arte, onde se destacam o lanternim e a claraboia, é de Rodolpho Bernardelli.
A instituição vai além do contexto histórico e cultural. Está na memória afetiva do juiz-forano, que vem ao local não somente para a apreciação das obras de artes, mas aproveitando as possibilidades de todos os espaços e ambientes do Museu. Ali são realizados periodicamente eventos dos mais variados, como forma de aproximação de todos os públicos, não apenas por faixa etária, mas por gostos, com ações voltadas à prática de esportes, cuidado com a saúde, música, dança e brincadeiras, dentre outras atividades.
A relação de pertencimento com o cidadão vai desde a memória, quando criança, e depois de adulto. A fotografia é uma delas: com o registro espontâneo ou pela produção de ensaios fotográficos, os momentos felizes vividos no local são eternizados. A visitação à Galeria “Maria Amália”, no interior do prédio do Museu, funciona de terça a sexta-feira, de 10 às 17 horas, e o parque, de terça a domingo, de 8 às 18 horas – e a partir de 6 horas, para o portadores da carteirinha do “Clube da Caminhada”.
Fonte: Assessoria PJF