Mamm é a primeira instituição da região a receber selo “Museu Registrado”

O Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) recebeu, na última sexta-feira. 15, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), órgão ligado ao Ministério da Cultura, o selo “Museu Registrado”. O Mamm é a primeira instituição da região – e uma das primeiras de Minas Gerais – a receber a certificação. Como ressalta o diretor Ricardo Cristofaro, o selo permite aumentar a visibilidade do Museu, tanto em âmbito nacional como internacional, propicia o compartilhamento direto com a sociedade de informações aprofundadas sobre os museus e auxilia os órgãos a qualificar as políticas públicas voltadas para o setor. Além disso, permite que o Museu exerça o direito de preferência em casos de Declaração de Interesse Público e, principalmente, o habilita a participar de editais do Ibram ou de outras entidades que promovam o fomento aos museus e que exijam seu reconhecimento.

“A conquista do selo é fruto da preocupação de se colocar o Mann dentro de uma perspectiva que atenda às legislações atuais. Hoje em dia, em qualquer processo relevante que envolva obter benefícios e participar de editais, exige-se o enquadramento na Política Nacional de Museus. Essa política é exitosa, porque tende a profissionalizar cada vez mais o trabalho das instituições”, afirma Cristofaro.

O processo para obtenção do reconhecimento começou em setembro de 2017. À frente da iniciativa estavam a museóloga Raquel Barbosa e o restaurador Aloísio Arnaldo de Castro. Ao longo do período, os dois abriram o processo junto ao Ibram, enviaram documentos e responderam a diversos questionários a fim de comprovar a qualidade do espaço físico, das instalações, além do trabalho e ações que vêm sendo desenvolvidos pela unidade museológica. “A obtenção do selo de registro é o coroamento das ações, no sentido de que evidencia que o Mamm está inserido na Política Nacional de Museus e não está alijado desse processo. O selo demonstra que o museu está consoante com as diretrizes conceituais do cenário museal brasileiro”, afirma Aloísio de Castro.

Como explica a museóloga Raquel Barbosa, existe uma diferença entre o cadastro de museus e o selo de registro concedido pelo Ibram. “O cadastro pode ser solicitado por qualquer pessoa física ou entidade, desde que haja um espaço aberto de visitação a uma coleção. Por sua vez, o selo atesta que a entidade cultural está de acordo com os preceitos exigidos pelo órgão”.

No endereço eletrônico do Ibram consta a seguinte definição, baseada no artigo primeiro do Estatuto de Museus, Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009: “Consideram-se museus as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento.”

O Ibram mantém um cadastro nacional de várias instituições culturais e museus sediados em todo território nacional. Entretanto, a concessão do termo “museu”, utilizado pelos espaços muitas vezes de forma corriqueira e sem critérios, visa, por meio do selo, ao reconhecimento e à normatização do termo. “A certificação nos dá um avanço na área, embora tenhamos ainda grandes desafios pela frente”, afirma Aloísio de Castro.

O Mamm

Inaugurado em 2005, o Museu de Arte Murilo Mendes da Universidade Federal de Juiz de Fora abriga o acervo bibliográfico e de artes visuais do poeta juiz-forano Murilo Mendes. Além de promover exposições, o espaço também desenvolve intensa programação cultural, educativa e gratuita com vistas à continuação do legado muriliano.

O Mamm também desempenha papel importante na preservação da memória cultural de Juiz de Fora, custodiando e preservando acervos de importantes personalidades da cultura local. Nas dependências do Mamm encontram-se a Biblioteca e Hemeroteca Dormevilly Nóbrega, a biblioteca da escritora Cleonice Rainho, da família Cosette de Alencar, do arquiteto Arthur Arcuri, do artista plástico João Guimarães Vieira e da autora Maria de Lourdes de Oliveira.

 

 

Fonte: Assessoria da UFJF




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