Cerca de 125 mil juiz-foranos estão com o nome sujo, segundo informações da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Juiz de Fora, e cenário no município é diferente do ocorre no país. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada esta semana, aponta que o percentual de famílias endividadas no Brasil ficou em 59,1% em maio deste ano, menos do que os 60,2% de abril deste ano e os 60,7% de maio do ano passado.
De acordo o presidente da CDL-JF, Marcos Casarin, o número de pessoas endividadas aumenta entre os meses de abril e junho. “As pessoas fazem as compras de final de ano e chega nesse período começa a ficar negativado porque vão deixando de pagar”, esclareceu. Em janeiro, cerca de 115 mil juiz-foranos estavam no vermelho, dez mil pessoas a menos do que o último levantamento divulgado.
O cartão de crédito continua sendo o principal tipo de dívida, afirmou Casarin. “A população recorrer a ele por necessidade, principalmente neste momento difícil que vive o país. Cerca de 60% das pessoas estão negativadas devido ao cartão de crédito”, ponderou.
A partir do momento em que a pessoa fica com nome sujo, ela passa apenas a poder comprar a vista. “Ela não pode ter cartão de crédito ou talão de cheque, abrir uma conta bancária e comprar no crediário, ou seja, o poder de compra dela diminui e isso para o comércio não é bom, ter 125 mil pessoas que não podem comprar no cartão ou no crediário”, destacou o presidente da CDL-JF.
SERVIÇOS
Para auxiliar a população a sair do vermelho, a Câmara dos Dirigentes Lojistas oferece dois serviços. “Nós realizamos o ‘Faça as pazes com o seu crédito’. A pessoa vem até a CDL, na data em que anunciamos, negocia a sua dívida e pode ter desconto de até 50%. O último realizado foi em maio e o próximo será no final do ano, em dezembro”, disse Casarin. “A grande maioria compra e esquece onde foi, porém se a pessoa tiver alguma dúvida, ela pode nos procurar com a identidade e o CPF que a gente verifica o histórico dela, verifica onde ela está devendo”, acrescentou.
ORIENTAÇÕES
O economista José Jamil Adum deu algumas orientações para que as pessoas consigam se organizar e sair do vermelho. “A primeira coisa é pensar em você como uma empresa e faça o seu planejamento orçamentário. Veja o que tem de receita e o que tem de despesas para entender a sua situação”, disse Adum. “Aconselho que a primeira dívida a ser quitada seja aquela com o juro mais alto”, completou.
Em relação às compras, o especialista fez um alerta. “O consumidor só olha a parcela, se ela cabe no bolso e, por isso, acaba comprando sem ao menos conferir as outras despesas e a sua receita. Mesmo parcelando em diversas vezes pode comprometer o orçamento”, falou Adum.
Outra dica do economista é equilibrar o desejo de comprar e a sua realidade orçamentária. “Nós consumidores somos bombardeados pelo consumismo, por isso, é preciso do equilíbrio entre a razão e a emoção. Pergunte-se: eu preciso disso? Posso gastar neste momento? Estou mesmo precisando disso?”, aconselhou.
O especialista também orientou que as pessoas utilizem a tecnologia ao seu favor. “Há aplicativos de celulares que auxilia no controle de gastos. Use uma planilha do Excel. Sente em frente do computador e anote as despesas e seus cálculos, que ele mesmo faz o cálculo. Caso não tenha habilidade com o computador, vai no jeitinho, no papel e caneta”, finalizou o economista.