Motoristas formam fila em busca de combustível nos postos de Juiz de Fora

Chegando ao 9º dia de greve dos caminhoneiros e paralisação de diversos setores da sociedade devido à falta de combustível, os primeiros sinais de resolução da situação começam a surgir em Juiz de Fora.

Na madrugada desta terça-feira, 29, através de escolta da Polícia Militar (PM), os primeiros caminhões com combustível chegaram à cidade a fim de atenderem estritamente o abastecimento dos serviços essenciais, conforme prevê o decreto de situação de emergência publicado nesta segunda-feira, 28, pela Prefeitura Municipal.

De acordo com o decreto, são considerados serviços públicos essenciais aqueles da área de saúde (transporte de pacientes e de material biológico, gases medicinais e diesel para geradores, distribuição de insumos, vacinas e medicamentos), educação (transporte de alunos e distribuição de gêneros alimentícios para os estabelecimentos educacionais), transporte urbano de passageiros, coletivos e taxis, coleta de lixo, abastecimento e tratamento de água, serviço funerário e serviço de segurança urbana e defesa civil. Veículos particulares vinculados ao atendimento à saúde (ambulâncias) e à prestação de serviços públicos essenciais (empresas contratadas pelo município para este fim) poderão ser abastecidos, porém dentro do limite estabelecido no decreto, de 20 litros de combustível por dia.

Ainda na manhã desta terça, um inciso foi acrescentado pelo Prefeito Antônio Almas (PSDB) ao decreto de situação de emergência do município. Com ele o transporte de cargas e valores, incluindo os de pequeno porte (moto frete), foi incluído na categoria de serviço essencial, garantindo assim, o atendimento prioritário a esses veículos nos postos de combustível.

Até o momento três postos da cidade estão realizando o abastecimento. São eles, o posto TLP, na Rua Paracatu, 444, bairro Bandeirantes; o Posto Elefantinho, na Avenida Brasil, 3349, Centro e o Posto Centro Choferes, na Rua Benjamin Constant, 77, bairro Vitorino Braga.

Além dos postos, as bombas dos operadores do transporte coletivo urbano (ônibus) do município também foram reabastecidas a fim de normalizar a circulação dos veículos na cidade.

Na manhã desta terça-feira uma enorme fila de taxistas, motoboys e demais motoristas se formou na Avenida Brasil a fim de abastecerem no Posto Centro Choferes. A fila tinha aproximadamente 3 km e seguia até a entrada do bairro Nossa Senhora de Lourdes. Apesar da necessidade de todos os motoristas pelo combustível o clima na região era de tranqüilidade e compreensão com a situação.

O Subtenente Kennedy, da Polícia Militar, reforçou as orientações da prefeitura em relação a prioridade de atendimento para serviços essenciais, além disso também relatou a situação do abastecimento nesta manhã. “Estamos fazendo monitoramento, tem bastante veículo na fila, mas está acontecendo de maneira pacífica ordeira. Todos estão entendendo e estamos conseguindo controlar de forma bastante pacifica.”

Kennedy também orientou a população em relação às próximas etapas dos serviços de abastecimento da cidade. “Pedimos para que as pessoas que não se enquadram nas categorias prioritárias de abastecimento, para que aguardem um pouco, pois posteriormente a previsão é que o abastecimento se restabeleça nas próximas horas” finalizou.

O taxista José Humberto ficou sabendo do reabastecimento dos postos da cidade por volta das 3h da madrugada. Por volta das 5h chegou até o posto Choferes e só conseguiu abastecer por volta das 10h, ou seja, ficou na fila em torno de cinco horas. Apesar da demora o motorista afirmou compreender a situação. “Acho que a Prefeitura tomou a melhor medida. Eu tenho o meu carro particular e não vou abastecer no momento, pois sei que não vai dar. Então, eu uso ônibus ou ando a pé. Agora o táxi eu precisava abastecer por que é meu trabalho.”

Júnior Pedro, enfermeiro, chegou à fila por volta das 9h da manhã e apesar de não ter seu veículo enquadrado como prioritário, aguardava ansioso pela liberação de combustível para sua moto. “Disseram que vão abastecer moto e carros de passeio assim que os veículos de serviços essenciais forem abastecidos. A nossa expectativa é que a gente consiga daqui a pouco. Mas as pessoas estão compreensivas, ninguém tumultuando e aguardando o momento de abastecer.”

O motoboy Rafael da Silva chegou à fila às 6h da manhã e por volta de 10h30 ainda não havia conseguido abastecer sua moto. Ele lamentou a demora e revelou preocupação de sua categoria. “Estamos perdendo muito dinheiro dos serviços e não conseguimos atender às pessoas. Estamos aqui na fila, muitos desde 2h da madrugada, mas todo mundo está achando que não vai ter gasolina suficiente.”

Amarino, proprietário do posto Centro Choferes, chegou ao estabelecimento por volta das 2h da manhã e segue no local atendendo e controlando a busca por combustível. “Nós estamos atendendo os serviços essenciais. Após esses veículos vamos partir para atender à população no geral.” explicou ele.  A gasolina e o etanol no posto seguem com preços de R$4,99 e R$3,99, respectivamente. Ainda de acordo com o proprietário, “não faltará mais produto no posto”.

Por meio de nota a Prefeitura de Juiz de Fora reafirmou e orientou a população em relação às próximas ações a fim de restabelecer a normalidade no abastecimento da cidade. Confira a nota:

“Ao final desta terça-feira, 29, o comitê de contingenciamento fará um controle de estoque junto a esses postos para garantir o abastecimento nos demais dias da semana. A segurança da distribuição nestes locais segue sendo realizada pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal.

A liberação do abastecimento para veículos particulares, dentro da cota diária indicada no decreto, será realizada a partir do próximo carregamento que for viabilizado pelo Município, o que já está sendo organizado para os próximos dias, através da mesma estrutura de comboio escoltado e mantendo a prioridade para os veículos de serviços essenciais.

Qualquer outra comercialização de combustível na cidade deve obedecer o limite diário determinado pelo decreto de situação de emergência, ficando sujeita à fiscalização dos órgãos competentes. Está proibido o uso de galões em qualquer abastecimento.”

 




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