E as violetas continuam na janela e nos palcos do país

Há 20 anos nos palcos do Brasil, a peça “Violetas na Janela” se consagrou como um dos espetáculos mais conhecidos e comentados pelo público do país. O sucesso é tão grande que ela também foi apresentada recentemente na Suíça.

 

O espetáculo é uma adaptação do livro homônimo de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho. Adaptado para o teatro pela atriz Ana Rosa e dirigida pela mesma. A montagem é realizada pelo produtor Sílvio Ferreira.

 

Em 2017 a peça esteve em Juiz de Fora e nesse ano retorna à cidade para única apresentação que ocorre no próximo dia 13 de maio, domingo, às 19h, no Cine Theatro Central. Os ingressos estão à venda no site www.sympla.com.br.

 

A atriz Ana Rosa conversou com a equipe do Diário Regional para falar sobre essas violetas que continuam na janela e nos palcos do país.

 

Diário – Para quem nunca ouviu falar ou para relembrar a quem já conhece, qual o enredo da peça?

 

Ana Rosa – A história é contada pela Patrícia, uma garota que desencarnou aos 19 anos, com um aneurisma cerebral, foi para uma colônia espiritual e lá ela conta e transmite através de uma tia dela, que é a Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho (autora da obra “Violetas na Janela”), por meio da psicografia, o que ela está vivenciando no plano espiritual.

 

Ela foi para a colônia São Sebastião. Existem muitas no universo, mas ela foi pra essa. Então, ela conta o que tem do lado de lá, explica que tem escolas, bibliotecas, teatros, música e que o nosso mundo material é uma cópia meio pálida do que existe nessas colônias mais elevadas.

 

É muito bonito porque ela encontra afetos de vidas passadas e vai contando a história dela no lado de lá.

 

Existem várias escalas para os espíritos galgarem depois que desencarnam, então ela conta a passagem nessa colônia, mas não se detém lá. Depois que ela aprende tudo que precisou, ela vai progredindo num outro local.

 

 

– Desde quando se apresenta com a peça? Quantas vezes já esteve em Juiz de Fora para apresentá-la?

 

– Eu já fiz quatro montagens dessa peça. A primeira foi em 1997 e nós ficamos 11 anos em cartaz com ela. Apresentamos no Rio de Janeiro e depois viajamos pelo Brasil. Na primeira montagem da peça estive em Juiz de Fora.

 

Nas duas montagens seguintes não fizemos Juiz de Fora, mas no ano passado retornamos, com a casa lotada, recebendo o carinho do público, que espero que nos receba da mesma forma agora.

 

 

– Qual a expectativa para próxima a apresentação?

 

– A expectativa é a melhor possível, geralmente onde a gente volta, onde já nos apresentamos, quem já assistiu quer assistir mais uma vez por que gosta muito. É um espetáculo que transmite mensagens bonitas, é um espetáculo dinâmico com 13 atores no palco se revezando em aproximadamente 20 personagens. A trilha sonora também é muito bonita. Todo mundo sai do teatro assim, bastante feliz, em estado de graça. Quem não teve a oportunidade vale alertar, que a oportunidade é agora.

 

 

– Qual seu personagem? Qual a participação na história?

 

– Eu faço a avó da Patrícia, justamente uma vovozinha que já desencarnou e é uma das pessoas que recebe a Patrícia no plano espiritual.

 

Também faço uma das amigas que moram com essa avó. Por que existem histórias paralelas, contadas junto com a história da Patrícia. Foi uma forma que a autora descobriu de ir contado para o público como é a passagem. Cada espírito tem sua bagagem, sua experiência e não é todo mundo que vai pra colônias espirituais. Cada um possui suas experiências, dependendo do seu grau de evolução.

 

As histórias paralelas ajudam a elucidar e explicar os temas tratados para quem não entende ou sabe o que é o Espiritismo.

 

Outra personagem que também faço é uma mulher encarnada que participa de uma reunião no centro espírita e assim são todos os atores, tem alguns que fazem até oito personagens. A gente se reveza bastante.

 

 

– A peça traz uma temática espírita. Quem não é adepto ao Espiritismo também pode compreender a história?

 

– Não é um espetáculo direcionado só para espíritas ou religiosos. Eu costumo usar como exemplo, o filme “Ghost”, por que tudo aquilo que está lá é perfeito, exatamente o que acontece e a gente estuda dentro da Doutrina Espírita. Mas nem todo mundo concorda, aceita ou acredita. Entretanto, você assiste uma história bonita, você se emociona, ri, se distrai e fica feliz depois de assistir uma obra bonita.

 

Com “Violetas na Janela” é a mesma coisa. Não é direcionada só para o público espírita, não é nossa intenção fazer a cabeça de ninguém. Nossa intenção é divulgar e mostrar para aqueles que têm interesse, o que é a vida espiritual. Mas sem dogma, sem se prender a religião.

 

 

– O que poderia explicar o sucesso de “Violetas na Janela”?

 

– Eu acho que é uma linguagem universal. Você tratar de questões como vida após a morte, o que estou fazendo aqui, por que estou aqui, para que eu estou aqui, por que as coisas acontecem de uma forma comigo e de outra com o próximo, por que nós nascemos perfeitos e você olha para o lado e vê um irmãozinho cego, surdo ou aleijado. E a ciência o materialismo não tem explicação pra isso. Então a gente parte do princípio que, se existe Deus, se ele é a inteligência e justiça suprema, e se eu nasci agraciado com corpo perfeito e o outro nasceu em piores condições, então não haveria justiça. Teríamos que partir do princípio que tudo é obra do caso. E é o que a ciência, de certa forma, antigamente pregava, entretanto, hoje em dia vem aceitando que existe alguma coisa além da vida. Você vê a física quântica, muitos psicólogos, parapsicólogos falando sobre isso e estudando.

 

Além disso, a peça também fala sobre a perda de pessoas queridas. Quem ainda não passou pela dor da perda de um ente querido, necessariamente uma hora vai passar. Então, são temas universais e atemporais, acho que daí vem o sucesso da peça.

 

O Espiritismo traz ferramentas para gente enfrentar essas perdas de uma forma mais consciente. Eu não diria nem tranquila, por que a dor é inevitável a gente não sentir. Mas para colaborar com a sua forma de enfrentar e lidar com isso é que o Espiritismo te traz algum conhecimento para entender o porquê.

 

A partir do momento que você entende, ainda que não completamente, mas um pouco o porquê disso, você lida e passa por essa perda com uma outra postura.

 

O Espiritismo mostra que estamos aqui pra melhorar, evoluir e usar do nosso livre-arbítrio. Isso aqui é uma escola, você tem que passar de ano e se não conseguir passar nessa encarnação, você volta e vai repetir as lições até aprender. Isso eu acho que é muito justo e é uma prova do amor do nosso pai por todos nós.

 

 

– Como são as respostas e reações do público após assistirem o espetáculo?

 

– Nas primeiras temporadas ainda não tinha computador, internet, essas coisas com tanta facilidade. Então, eu tenho pastas com cartinhas de depoimentos de pessoas que assistiram à peça, que se modificaram, que levaram um parente que era dependente de drogas e que se conscientizou de que precisava se tratar. Diversas cartas de pessoas que perderam filhos esposa, marido, pais e que estavam inconsoláveis e que a partir da peça fizeram uma reflexão para ver qual tinha quer ser a postura em relação aos queridos que já fizeram a passagem. São muitos depoimentos e é muito legal a gente ver esse retorno.

 

Eu sempre digo que tenho um prazer muito grande em fazer esse espetáculo, justamente por não estar ali só exercendo minha profissão de atriz, mas também ajudando a divulgar essa doutrina maravilhosa.

 

Então faço um convite para quem não assistiu, para não perder essa oportunidade e quem já assistiu, volte mais uma vez.




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.