Encarecimento da gasolina em JF é reflexo do cenário estadual

A gasolina vendida em Minas Gerais é a segunda mais cara do país. É o que mostra a tabela publicada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), do Ministério da Fazenda, no Diário Oficial da União. O preço médio praticado pelos postos de combustível no estado é de R$4,67, menor apenas do que o Acre, na região Norte, onde o consumidor costuma pagar cerca de R$4,74 pelo litro da gasolina.

O levantamento realizado pela reportagem do Diário Regional em alguns estabelecimentos de Juiz de Fora confirmou a fama de “careiro” do estado, quando o assunto é a venda do combustível. O juiz-forano ao abastecer paga cerca de R$4,62.

O professor de economia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Weslem Rodrigues Faria, explica que a política de revisão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), adotada pelo governo em fevereiro, é o principal motivo para o encarecimento dos combustíveis. “O ICMS sobre gasolina teve reajuste de 31%. O etanol, 16% e o diesel 15%. Quando essa revisão é feita, ela permite que se cobre a alíquota com base nos preços praticados na bomba de gasolina, o que leva à elevação dos preços”, afirma.

 

Especialista reforça que pesquisar é a melhor forma de tentar economizar na hora de abastecer. FOTO: Rafaela Frutuoso

 

Outro fator que pode estar relacionado, de acordo com Faria, é a questão logística. “O custo para transportar o combustível dentro do estado é muito alto. São centenas de estabelecimentos e quilômetros para percorrer quando se realiza a entrega. Esse é mais um dos motivos que torna a gasolina tão cara em Minas”, reforça.

Essa é a mesma justificativa que o encarregado de pista de um estabelecimento da cidade, René da Paixão, atribuiu quando questionado sobre o aumento do combustível. “Impostos e o transporte são os principais. Além de a gasolina estar mais cara, os transportadores dificultam o carregamento, não são todos que estão tendo disponibilidade”, diz. Apesar disso, ele garante que o movimento está estável. “Muitas pessoas dependem do carro para trabalhar, então, não tem como evitar abastecer”, lembra.

 

PESQUISAR

O professor da UFJF recomenda uma prática conhecida na hora de abastecer, e que pode significar alívio nos bolsos: a pesquisa. “É claro que na correria do dia a dia, nem sempre dá tempo de pesquisar, mas isso pode ajudar a economizar uma grana. Mas é evidente que alguns fatores precisam ser levados em conta, como a procura por lugares confiáveis, em que não vai ter problemas com adulteração. Desconfiar dos estabelecimentos que oferecem preço abaixo da média, pois o barato pode sair caro”, alertou.

 




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