O motorista acusado de atropelar o casal Vanessa Venazoni, 33 anos, e Eduardo Vieira, 31, há dois anos, será levado a julgamento popular no dia 19 de junho, de acordo com a previsão do Tribunal do Júri.  Ele será julgado pela prática de duplo homicídio devido ao acidente que culminou na morte das vítimas no dia 14 de maio de 2016.

A prisão preventiva do suspeito foi realizada pela Polícia Civil (PC) 16 dias após o fato, no dia 30 de maio. Atualmente, ele encontra-se em liberdade, uma vez que obteve alvará de soltura em agosto de 2017.

A prisão, na época, foi corroborada pela perícia realizada pela PC, que concluiu o caso como homicídio doloso não só pela alta velocidade na qual ele conduzia o veículo, mas também pelo conjunto probatório reunido, que demonstra o uso de bebida alcoólica, embora o autor tenha negado.

 

Relembre o caso

O homem de 31 anos morreu e o corpo de sua esposa ficou desaparecido por cerca de 60 horas após o acidente de trânsito na Avenida Brasil, na altura do bairro Poço Rico, zona Sudeste, na madrugada do dia 14. Segundo o Registro de Evento de Defesa Social elaborado pela Polícia Militar (PM), testemunhas relataram que o motociclista transitava sentido bairro Vila Ideal, na mesma região, quando um veículo de passeio colidiu com a traseira da motocicleta, atingindo o homem.

Os dois veículos trafegavam no mesmo sentido e, após o acidente, o motorista do carro fugiu a pé sem prestar socorro à vítima, que ficou agonizando na via. A vítima obteve atendimento médico, porém, mesmo com trabalho da equipe, veio a óbito no local. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

Posteriormente, o Corpo de Bombeiros divulgou que a esposa do homem estaria na garupa da motocicleta. O capacete que ela estaria usando no momento do acidente teria sido encontrado no local. No entanto, o corpo da mulher foi encontrado apenas na tarde do dia 16, cerca de 60 horas depois.

O Corpo de Bombeiros trabalhava com a possibilidade de a mulher ter sido jogada no Rio Paraibuna. No dia 14, buscas foram realizadas com o objetivo de resgatar o corpo da mulher da ponte de ligação entre a Avenida Brasil e o bairro de Lourdes. No dia seguinte, as buscas se estenderam pelas margens do rio até o interior da sede campestre da Cemig, mas a mulher não foi encontrada. O corpo foi encontrado no dia 16, no Rio Paraibuna, próximo ao Abrigo Santa Helena, no bairro Vila Ideal.

 

Suspeito afirma que não fez uso de bebida alcoólica

No dia 19 de maio de 2016, o investigado se apresentou à Polícia e, durante depoimento, informou que estava saindo de uma festa no distrito de Humaitá, zona Norte, por volta das 2h da manhã, e que não teria feito uso de bebida alcoólica porque toma remédio controlado.

O suspeito ainda afirmou que trafegava em velocidade compatível com a via e que a motocicleta teria surgido na frente dele. Ele ainda informou não saber dizer se estava ou não na contramão porque, na época, houve uma mudança no trânsito da Avenida Brasil e ele pode ter se confundido.

Conforme informações da delegada Patrícia Ribeiro, a frente do caso na época, fragmentos de vidro foram encontrados dentro do carro do suspeito, além de tampas de cerveja e medicamentos utilizados por pessoas que fazem uso frequente de bebida alcoólica. Na ocasião, a delegada também afirmou que o carro continha forte cheiro de álcool e que o investigado teria avançado um sinal vermelho momentos antes do acidente.

Ainda, segundo a delegada, os investigadores localizaram testemunhas que presenciaram o acidente e que, inclusive, estavam junto com o autor, fazendo uso de bebida alcoólica com ele na festa. O investigado teria levado um amigo em casa e depois seguiu para a região Central acompanhado de uma mulher. “Ele teria chegado ao local aproximadamente às 19h, onde permaneceu até 1h30. Ao sair de lá ele já dirigia em alta velocidade. O suspeito foi até o bairro Teixeiras (zona Sul) e depois seguiu para o Centro, de onde se deslocou para a Avenida Brasil, indo para o Poço Rico, onde aconteceu o acidente”, finalizou.

 




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