Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, desde o início de 2017, 40 mil venezuelanos já cruzaram a fronteira com o Brasil, um contingente que corresponde a mais de 10% da população da capital, Boa Vista.
A comissão mista que analisa a Medida Provisória 820/18 reúne-se nesta tarde para ouvir representantes dos ministérios da Saúde, da Defesa, da Justiça e dos Direitos Humanos. A MP prevê acolhimento a migrantes que vieram para o Brasil por conta de crises humanitárias em seus países e foi editada devido ao grande número de venezuelanos que estão em Roraima.
A audiência será realizada às 14h, no plenário 9, da ala Alexandre Costa, no Senado, com transmissão interativa.
CONTROLE DA FRONTEIRA
O relator da MP, deputado Jhonatan de Jesus (PRB-RR), tem acompanhado de perto as consequências da migração em massa para seu estado. Ele diz que os moradores cobram providências para conter o número de estrangeiros que atravessam a fronteira. “O pedido da população é fazer um bloqueio seletivo, mas não fechar a fronteira”, informou.
Já a vice-presidente da comissão, deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), compara o fluxo migratório em Roraima à situação que aconteceu a partir de 2010 no Acre com a chegada de centenas de haitianos devido ao terremoto que devastou o país. “Nós estamos com muita esperança de que o Exército, de que a Polícia Federal, de que a classe política de Roraima tenha condições de proteger a fronteira, mas também ter um olhar humanitário pra toda essa situação”, defendeu.
Na sexta-feira passada, a governadora de Roraima, Suely Campos, ingressou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para fechar temporariamente a fronteira com a Venezuela . Ela alega que o ingresso de venezuelanos sobrecarregou o sistema de saúde de Boa Vista, capital de Roraima, e aumentou os índices de criminalidade.
Fonte: Agência Câmara Notícias