No último domingo, 15, foi comemorado o “Dia Mundial do Desarmamento Infantil”. A data foi instituída para incentivar a cultura de paz e evitar que crianças tenham acesso às armas, mesmo sendo de brinquedo. Cada vez mais, o debate tem sido evidenciado dentro de instituições públicas ou privadas, atingido mais pessoas.

A psicopedagoga Geovana Almeida reforçou a importância do tema. “Os pais precisam entender que todo o brinquedo tem objetivo. No caso da arma, o que a criança está aprendendo? Quando damos para elas um item com valor de violência, estamos mostrando que isso é normal, porém, não é. A arma serve para ferir, matar e, dependendo da situação, se defender. Não significa que a criança não deva ser exposta a esse contexto, já que a violência existe, mas ela não ser envolvida por isso”, explicou.

Ela lembra que arma não se resume a revólver. Espadas, facas e jogos virtuais são alguns dos objetos que as crianças também têm acesso. “Antes um quebra cabeça ou algum outro brinquedo de montar peça era o que os pais presenteavam os filhos. Hoje, isso não é mais valorizado. A maioria dos jogos na internet é de luta e envolvem todos os tipos de armamento pesados. Ensinam as crianças a perseguir bandidos ou fugir da polícia. Na memória delas, isso causa impacto. Quando elas se tornam responsáveis por tomar suas decisões, pode pesar”, lembrou Geovana.

Foto: Rafaela Frutuoso

17De acordo com o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e do Jovem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ Juiz de Fora), Luciano Franco Ribeiro, o tráfico de drogas é o principal distribuidor de armas de fogos para os jovens. “O que mais nos assusta é que cada vez mais adolescentes com 12 e 13 anos tem acesso às armas de fogo. Lógico que no contexto globalizado e o apelo capitalista ao consumo, eles ficam mais vulneráveis e querem adquirir alguns bens e utilizam o armamento para praticar furtos e roubos”, destacou. 

Geovana Almeida acrescentou que o diálogo é o principal instrumento para corrigir essa situação. “O que a criança faz hoje, reflete no amanhã. É uma fase em que ela está desenvolvendo o caráter e a sua identidade. Por isso, os pais precisam conversar. Mostrar para ela que tudo existe, mas que não deve ser colocado em prática. O que acontece no jogo de computador, tem que ficar Lá, a mesma coisa se for uma arma de brinquedo, espada, faca, as crianças precisam ter essa noção”, finalizou.

 




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