Mais de 545 mil veículos 0 km foram vendidos no país, nos três primeiros meses de 2018, de acordo com levantamento realizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). São 15,6% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado. Juiz de Fora seguiu a tendência nacional e teve crescimento de 3%, conforme afirmou o gerente de vendas da Delta Fiat, Luiz Rodrigo Alves. Os segmentos de entrada, com alta de 42% e o de SUVs simples, que cresceu 30%, foram os que mais se destacaram.
“O cliente que opta por carros de entrada, aqueles mais tradicionais, motor 1.0, foi muito impactado pela crise. São pessoas que possuem menor poder aquisitivo e sofreram com o desemprego. Mas, agora, com as taxas de juros se tornando mais atrativas, ele teve acesso a crédito e voltou a comprar. O cenário de otimismo na economia contribuiu para esse crescimento”, explicou Alves. “No caso do SUVs, foi uma mudança de comportamento. Aquele perfil, que antes comprava carros tradicionais, modelos sedans, que é um pouco mais caro, migrou para o segmento do SUVs, também, por conta da abertura de crédito”, acrescentou.
As vendas diretas tiveram aumento de 23% no período, segundo o gerente. “O crescimento foi impulsionado pelas vendas para pessoas jurídicas, produtor rural e pessoas com deficiência (PCD)”, disse. Por sinal, este último, vem ganhando espaço no mercado, por conta dos estímulos realizados pelo governo, como a possibilidade de comprar com isenção de impostos e ter o mesmo benefício, no caso da montadora que vende.
Já o varejo registrou queda de 2,5%, em relação a 2017. “Tivemos alguns segmentos que cresceram e outros que caíram, como o mercado de mercado de picape pequena e SUVs de luxo e isso pode ter influenciado o resultado final”, explicou Alves.
A pesquisa realizada pela Anfavea, apontou elevação de 53,5% nas vendas de caminhões. De janeiro a março, foram emplacadas 14,2 mil unidades. Desse total, 3.885 foram produzidos nas fabricas da Mercedes-Benz no Brasil, conforme a assessoria da montadora, que também registrou aumento de 30% nas vendas. Para a montadora, o grande volume de vendas está relacionado ao aumento de demanda de setores que irão alavancar o segmento este ano, como agronegócio, logística, combustível, mineração e madeira. A expectativa é fechar o ano com 30% a mais do que o resultado de vendas de 2017.
PRODUÇÃO DE VEÍCULOS RESULTOU NO AUMENTO DE EMPREGOS
O balanço revela ainda que a produção de carros cresceu 14,6% no trimestre. Foram fabricadas 699,6 mil unidades, enquanto a produção no mesmo período do ano passado ficou em 610,7 mil veículos. São 4,3 mil pessoas a mais, empregadas nas indústrias brasileiras. Em 2017, as fabricantes de veículos empregavam 126,9 mil pessoas, enquanto agora tem um quadro total de 131,2 mil funcionários O nível de emprego apresentou alta de 3,4%. Para Luiz Rodrigo Alves, as estratégias adotadas pelos empregadores no período da recessão são responsáveis pelo resultado. “A maioria das empresas se adequou à realidade demandada no período. Algumas trabalharam com poucos funcionários, outras com o necessário e teve aquelas com capacidade ociosa. Mas agora, por conta, das melhorias no cenário, já tem empresários se movimentando, abrindo novas concessionárias, o que requer mais pessoas para trabalhar”, afirmou. Em Juiz de Fora, por exemplo, a Mercedes-Benz está contratando 160 colaboradores para a fábrica, em virtude do aumento da demanda dos mercados interno e externo.
A expectativa do segmento é de crescimento de 5% a 10% até o fim do ano. “O volume de cliente aumentou cerca de 25% com relação ao mesmo período do ano passado. Com a taxa de juros atrativa, ele sente mais segurança e volta a comprar. Estamos esperançosos com o resultado final”, ressaltou Alves.