O Conselho de Segurança das Nações Unidas voltou a discutir nessa quinta-feira, 5, em Nova York, o ataque químico ocorrido no Reino Unido no mês passado contra um ex-espião russo e sua filha. A sessão foi realizada a pedido da Rússia. A informação é da ONU News.
A 4 de março, na cidade de Salisbury, um ex-agente de inteligência russo e a filha dele foram vítimas de um ataque, supostamente com um gás neurotóxico. Um agente da polícia britânica, que socorria os dois, também foi contaminado.
No encontro, foi apresentada uma carta da primeira-ministra britânica, Theresa May, ao presidente rotativo do Conselho de Segurança, o embaixador do Peru, em que a mandatária do Reino Unido diz que “o governo britânico acredita ser altamente provável que a Federação Russa é responsável pelo ataque.” A Rússia negou qualquer envolvimento no caso.
Theresa May argumenta que “nenhum país, com exceção da Rússia, combina a capacidade de guerra química, a intenção de usar este agente e a motivação para atacar a vítima principal.” Segundo ela, “esta ação é consistente com um padrão bem estabelecido de agressão do Estado russo.”
Na carta, o Reino Unido pede ainda o apoio da comunidade internacional e diz que o governo britânico acredita que o ataque significa que um Estado-membro da ONU está desafiando as regras da ordem internacional.
DEBATE
Durante o encontro dessa quinta-feira, o embaixador russo, Vassily Nebenzia, tornou a exigir provas e afirmou que o país não é responsável pelo ataque. Ele disse que acusação é “uma campanha coordenada, e muito bem preparada, para desacreditar e deslegitimar a Rússia.”
Já a nova embaixadora do Reino Unido junto à ONU, Karen Pierce, afirmou que a resposta do seu governo passa em qualquer escrutínio e tem como base “uma das investigações mais complexas de referentes ao uso de uma arma química.”
INVESTIGAÇÃO
O diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), Ahmet Üzümcü, disse na quarta-feira, 4, que os resultados das suas análises devem ser conhecidos na próxima semana. Assim que o material estiver pronto, o órgão vai elaborar um relatório e enviar uma cópia para o Reino Unido, que deve tornar o documento público.
Ahmet Üzümcü lembrou que a Opaq “trabalha de forma independente” e que “nenhum Estado-membro está envolvido neste trabalho técnico.”
Fonte: Agência Brasil