Um grupo de senadores dos EUA afirmou nessa quarta-feira, 14, ter alcançado um acordo migratório para aumentar a segurança fronteiriça e resolver antes de 5 de março o futuro do programa Daca, que protege da deportação 690 mil jovens imigrantes ilegais que chegaram aos EUA na infância, conhecidos como “dreamers” (sonhadores). A informação é da EFE.
“Vai estar pronto, vai estar pronto” [o acordo], disse o senador democrata Tim Kaine à imprensa, após um encontro a portas fechadas com senadores republicanos e democratas. O senador republicano Jeff Flake, que também estava na reunião, confirmou que o grupo chegou a um acordo e ainda divulgará os detalhes, pois os legisladores ainda estão trabalhando para “pôr ordem na linguagem” da proposta.
Os senadores não revelaram detalhes concretos do entendimento e não indicaram se ele atende ou não aos pedidos do presidente Donald Trump, que quer reduzir os níveis de imigração legal, instaurar um sistema de méritos e conseguir fundos para construir um muro na fronteira com o México.
PILARES
Em entrevista à imprensa, o senador republicano, Lindsey Graham, garantiu que o acordo inclui “dois pilares”: imigração e segurança fronteiriça. Isso pode representar um problema para Trump, que enviou um comunicado para reiterar que se oporá a qualquer lei que não inclua seus “quatro pilares”.
Os “quatro pilares” são: 1) uma solução duradoura para o Daca; 2) o muro na fronteira dos EUA com o México; 3) acabar com a “loteria de vistos para a diversidade”, que atribui até 50 mil vistos a estrangeiros; e 4) terminar com o atual sistema de reagrupamento familiar de imigrantes.
Na segunda-feira, 12 , o Senado deu sinal verde ao começo do debate sobre a imigração, mas até agora os senadores só tinham falado sobre temas regimentais, como a duração do debate. Ontem, o Senado aprovou uma moção para finalmente começar a debater o conteúdo de diferentes propostas.
Para aprovar qualquer lei migratória no Senado, são necessários 60 votos, por isso é vital que qualquer proposta satisfaça os pedidos de boa parte dos democratas, que têm 49 cadeiras, e também dos republicanos, que ocupam 51 assentos.
Posteriormente, a proposta deve ser aprovada pela Câmara de Representantes, onde os republicanos têm a maioria. Se aprovada, a matéria deve ter a assinatura de Trump para que se transforme em lei.
Fonte: Agência Brasil