Projeto de vida – “A única coisa constante é a mudança”

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São os nossos sonhos e suas sucessivas tentativas de realizá-los que vão dando rumo as nossas vidas. A interligação desses planos é que faz um projeto de vida ser ou não bem sucedido.

Não temos condições de traçar de maneira rígida ou em tempo suficiente tudo aquilo que temos vontade. A vida tem muitas variáveis e todas elas estão ligadas a projetos de outras pessoas também. Todos nós traçamos projetos e criamos um foco ou diretriz que podem ou não dar certo. Dessa forma abrimos mão de todos os outros “futuros” que estariam ligados ao raio de ação dessas opções “concretizadas” ou “não concretizadas”. Além de saber que o “resultado” de alguém estranho também pode interferir nesses planos. Isso nos obriga a realinhar tudo, criando um novo rol de possibilidades, ou seja, um novo “futuro”. Não podemos esquecer que a recíproca é mais que verdadeira, porque quando um projeto nosso acontece pode alterar as diretrizes de um projeto de uma outra pessoa qualquer. Por exemplo, se um projeto nosso não se realiza, pode criar oportunidades do sucesso alheio ou vice versa.

A administradora Fran Christy (que escreve sobre desenvolvimento pessoal, produtividade, estratégias de vida e que vive em Seattle nos EUA) afirma que “nada adianta planejar cada ação se não houver direcionamento, pois os resultados serão aleatórios dentro do contexto geral da vida. Quando se tem um projeto de vida, cada planejamento, por mais específico que seja, está relacionado às metas principais e gerais, definidas nesse projeto”.

A sugestão que trago aqui é a seguinte: não podemos perder tempo reclamando ou glorificando um resultado qualquer. Precisamos, a cada momento, a cada novo passo, a cada novo resultado ir realinhando todas as nossas percepções, ações e, esse processo, dever ser repetido continuamente. Não podemos “perder tempo” e nunca permitir qualquer tipo de estagnação.

Podemos citar o pensamento do pré-socrático Heráclito (540 a.C a 470 a.C) começando com uma citação retirada do livro “Convite a filosofia”, de Marilena Chauí: “O mundo, para Heráclito, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário. A luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo. A nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece”. Para Heráclito, tudo se torna contrário de si mesmo. O logos é a mudança e a contradição. “A única coisa constante é a mudança”.

Fran Christy cita também que colocar um projeto de vida em prática exige coragem e determinação. Não é fácil quebrar a inércia e dizer “não” a certas obrigações para dar início a novos planos que talvez ninguém mais acredite além de você. Ela sugere que todos estamos submetidos às mesmas condições e comenta que se alguém conseguiu colocar em prática e ser bem sucedido em metas que a maioria de nós jamais pensaria em realizar devido aos riscos, complexidade, detalhamento e ousadia, nós também podemos planejar e executar nossos planos infinitamente mais simples e menos arriscados!

Enfim, precisamos traçar planos, avaliar os resultados, realinhar constantemente nossa trajetória… Assim, construiremos um projeto de vida coerente e possível de realizar. Bem, se queremos mudar o mundo, precisamos, antes disso, mudar a nós mesmos, nos reinventar, repensar constantemente tudo aquilo que fazemos.

 

Professor Leonardo Barreto Vargas – Psicólogo, Pós Graduação em Psicopedagogia institucional

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