Um aposentado de 59 anos, suspeito de lucrar com esquema de prostituição, foi preso pela Polícia Civil (PC) nessa quinta-feira, 25. O homem foi detido após a corporação realizar a operação “Codinome”, que visava a combater o crime de rufianismo, a exploração sexual contra crianças, adolescentes e mulheres, casas de prostituição e falsificação de documento.
“Nós recebemos uma denúncia que existia uma casa de prostituição no centro da cidade e após diversas investigações a gente confirmou a existência deste local e desencadeamos a ação, que contou com a participação de 14 policiais civis para o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão para esse homem, que gerenciava as garotas de programa”, esclareceu a delegada Ângela Fellet, responsável pela apuração na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher.
Conforme a delegada, o aposentado vai responder pelos crimes de rufianismo, que é por ter participado diretamente dos lucros advindos da prostituição de outras pessoas. “A pena pelo crime de rufianismo é de um a quatro anos, mas por envolver menores de idade a pena aumenta de três a seis anos. Ele também oferecia para adolescentes documentos falsos para passarem por maiores quando fossem fazer programas, por isso, ele também vai responder por corrupção de menores”, afirmou Ângela.
A apuração durou cerca de um mês e quatro mulheres, dentre elas, uma adolescente de 16 anos, prestaram depoimento a polícia e confirmaram que o aposentado as gerenciava. “Duas delas são de municípios mineiros e elas eram apresentadas a ele por outras garotas que eram gerenciadas por ele. Nós apuramos que cerca de 12 meninas circulavam por esse endereço e também havia consumo de drogas no local, mas nada foi encontrado”, disse a delegada.
Segundo Ângela, a adolescente é moradora de Juiz de Fora e se prostitui desde os 12 anos. As investigações continuam para confirmar se há o envolvimento de outras menores de idade.
Os quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços diferentes. Durante a operação foram apreendidos R$8 mil, diversos celulares, preservativos e o computador do investigado. “As meninas confirmaram que elas acertavam com ele a quantia de R$150 reais por semana para morarem lá ou R$30 reais por programa. O acerto era feito no estacionamento de propriedade do filho do investigado”, relatou a delegada. “Tanto ele quanto as meninas tinham tudo anotado. Nesses cadernos, que foram apreendidos, tinham o quanto de dinheiro elas tinham recebido, pago e usado, por exemplo, para a compra de maconha”, acrescentou.
O estacionamento está situado na Rua Batista de Oliveira, local onde o investigado foi preso, e o apartamento, que era utilizado para a prática de prostituição, em um prédio da Rua Fonseca Hermes. A delegada também afirmou que há cerca de um ano a delegada Sheila Oliveira prendeu o aposentado em flagrante após outro apartamento, em seu nome, ser utilizado para a prática da prostituição. O homem foi liberado mediante ao pagamento de fiança.
“O próximo passo é enviar os celulares, o computador e os cadernos de anotações à perícia para que possamos ter mais provas do crime e se há envolvimento de outras pessoas”, afirmou Ângela.
A delegada afirmou que o investigado manifestou o desejo de prestar esclarecimentos apenas em juízo. Porém, ao ser questionado pelos jornalistas sobre as acusações que estão sendo imputadas a ele, o aposentado afirmou que ele sublocava o apartamento para as mulheres e que não sabia que o imóvel era usado para a prática de prostituição. Após a apresentação a imprensa, o investigado foi encaminhado ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Juiz de Fora.