O crescimento da violência tem assustado a população. Além dos casos de furtos, roubos e homicídios que são evidenciados diariamente, nos últimos dias, uma prática já conhecida chama atenção da Polícia Militar (PM). Os criminosos estão praticando o falso sequestro, crime no qual eles ligam para a vítima dizendo que um suposto parente foi raptado. Com isso, exigem o depósito em dinheiro para poder libertar o sequestrado.
Há pouco mais de uma semana, um jovem de 22 anos, que preferiu não se identificar, foi alvo dos bandidos. Ele recebeu a ligação de um suposto sequestrador que estaria com o seu filho. Para a surpresa do rapaz, que não tem filho, uma pessoa do outro lado da linha, desesperada, pedia por socorro. “Quando atendi, imediatamente uma pessoa, chorando, começou a gritar e disse que havia sido sequestrada, e que estava dentro de um carro”, lembra.
Já suspeitando que tal ligação poderia ser um golpe, o jovem decidiu gravar a ação e deu prosseguimento na negociação com os criminosos. Durante a conversa, o homem questiona o jovem sobre sua localidade. Ao afirmar que não forneceria as informações, o infrator ameaça matar a pessoa sequestrada. “Você quer negociar numa boa ou posso matar e sumir com o corpo?”, questiona o autor. O tom usado pelo golpista deixou o jovem nervoso. “Apesar de ter a consciência de que era mentira, a forma agressiva com que ele falou conseguiu me deixar apreensivo. Acredito que isso contribui para que as pessoas caiam nesse tipo de golpe”, relata.
De acordo com o assessor de comunicação organizacional da 4ª região da PM, Major Jovanio Campos Miranda, os bandidos utilizam números telefônicos aleatórios e conseguem as informações com a própria vítima. “Um dia ele liga e pergunta o nome, no outro questiona se a pessoa tem filho e vai montando o perfil da vítima”, afirma, alertando para que no caso de atender uma ligação desse tipo, nunca se deve passar informações. “Não sabemos quem está do outro lado da linha”, reitera.
Além de ficarem em alerta, os pais devem estar de olho nas redes sociais dos filhos. “É um espaço em que a intimidade familiar fica à mostra e isso ajuda os bandidos a traçarem seus planos”, alerta. Miranda orienta que é preciso cautela para evitar cair no golpe. “Antes de proceder com alguma ação, como depositar o dinheiro, a vítima precisa se certificar sobre o possível ocorrido com o parente que foi descrito pelos criminosos. Tente entrar em contato com a pessoa supostamente sequestrada enquanto continua na linha com o golpista. A polícia também deve ser contatada imediatamente. Registrar o número do telefone e gravar o áudio da conversar são algumas das ações que podem ajudar nas investigações”, reforça.
Assista o vídeo com a gravação completa da ligação com o trote: