Faltam três semanas para a maior festa popular do mundo, isto é, nosso carnaval. Isso não quer dizer que todos vão vestir a fantasia ou cair na folia, mas com certeza uma boa parte da população sai de sua cidade, seja para cair na folia literalmente em lugares de grandes comemorações ou simplesmente procura um destino para descansar ou curtir a natureza. Seja na ala dos praieiros, dos sambistas, da turma do frevo, do grupo de axé ou dos que não querem nada além de paz e tranquilidade. Por todo o Brasil não faltam alternativas para atender aos mais variados perfis de visitantes.
Apresento quatro destinos que além de serem grandes polos turísticos, possui uma programação intensa para aqueles que curtem brincar o Carnaval.
SALVADOR – A música no último volume, a energia dos foliões e as paisagens surpreendentes conferem um brilho ainda maior ao carnaval baiano. Além da vocação para o turismo e do extenso patrimônio histórico encontrado em cada esquina, Salvador recebeu da Unesco o título de Cidade da Música. E um destino com tamanha honraria e repleto de praias lindíssimas, construções coloniais charmosas e sabores incomparáveis tem tudo para ser também o palco perfeito para aquela que é a maior celebração brasileira: o Carnaval. Então, como os nativos mesmo dizem, “sorria, você está na Bahia”!
Na deliciosa capital baiana o calendário de festas tem início bem antes da abertura oficial do Carnaval. Caso o visitante não saiba por onde começar, vale a pena recomendar os blocos Furdunço e Fuzuê, populares pela animação e pelo extraordinário número de pessoas que atraem. E nada de ter apenas um estilo musical ecoando pelas ruas e avenidas: os dois tocam axé, fanfarra, rap, marchinhas e reggae e têm até bandas de percussão. Ambos são livres de corda, ou seja, para curtir basta se juntar aos demais foliões.
A festa em Salvador é organizada em três circuitos – os grandes favoritos são o Osmar e o Dodô. O primeiro, também conhecido como Campo Grande, percorre 4 km entre a praça de mesmo nome e a Praça Castro Alves, reunindo as mais impressionantes edificações da região e vibrando sob o embalo de grandes ícones brasileiros, como Asa de Águia e Olodum. Já o Dodô (ou Barra-Ondina) contempla um trajeto de 4,5 km e combina a animação dos blocos puxados por artistas populares, como Claudia Leite, Daniela Mercury e Banda Eva, com uma lindíssima vista para a Baía de Todos-os-Santos.
É no Pelourinho, coração da capital baiana, que famílias com crianças vão pular Carnaval. Isso porque, ali, a trilha sonora fica por conta das fanfarras, das marchinhas e dos bloquinhos, criando uma atmosfera menos agitada: este é o circuito Batatinha, sem desfiles, trios elétricos e abadás.
RECIFE – Um Carnaval, muitos ritmos: do maior bloco de rua do planeta a homenagens aos povos africanos, a festa é de todos na capital pernambucana. Esse destino esbanja qualidades: tem clima tropical, praias de tirar o fôlego, ritmos inesquecíveis, história fascinante e culinária para lá de saborosa. Resumindo bem, a capital pernambucana é apaixonante e tem muito a oferecer.
No Carnaval, então, nem se fala! Unindo sua extensa lista de atrativos à euforia que toma conta da cidade, o resultado é um destino completo em todos os sentidos, ideal para curtir ao máximo o tão aguardado feriadão.
Oficialmente, a agenda recifense é aberta no sábado de Zé Pereira (em 2018 será no dia 10 de fevereiro), com o tradicionalíssimo Galo da Madrugada, maior bloco carnavalesco do mundo. Trios elétricos percorrem os bairros e convidam a todos a tirar a fantasia do guarda-roupa e cair na folia. Com a chegada da noite, a festa segue para o Marco Zero, na região histórica do Recife Antigo. Ali mesmo, no Cais da Alfândega, acontece o Rec Beat, evento que reúne atrações e ritmos variados, como rock, jazz, pop, eletrônico e hip-hop, sendo também uma boa pedida para quem está em busca de um som mais alternativo. A melhor parte: ambas as festas são gratuitas.
Para os fãs de super-heróis, o bloco “Enquanto Isso na Sala da Justiça” traz a chance perfeita para quem quer se transformar nos célebres personagens de histórias em quadrinhos, como o Batman e o Super-Homem – com uma pitada a mais de humor, dá até para se tornar o Super Bonder ou o Supermercado, como já fizeram foliões supercriativos em outras edições.
Durante a noite da segunda-feira de Carnaval é realizada, no Pátio do Terço, no bairro de São José, a emocionante Noite dos Tambores Silenciosos, manifestação em homenagem às vítimas da escravidão. Nações de maracatu de baque virado, que representam um antigo ritmo afro-brasileiro, se concentram no local e, quando o relógio marca meia-noite, todas as luzes são apagadas enquanto os presentes entoam cânticos africanos.
RIO DE JANEIRO – Escolas de Samba ou Bloquinhos de rua? A capital carioca tem tudo para que o turista aproveite um Carnaval tão maravilhoso quanto à cidade. Berço de ritmos como o samba e a bossa nova, o Rio de Janeiro encanta nativos e turistas com sua beleza arrebatadora. Dono de uma faixa litorânea emoldurada por montanhas exuberantes, praias de tirar o fôlego e cartões-postais famosos em todo o planeta, o destino também não mede esforços quando o assunto é Carnaval, presenteando os visitantes com uma festa que é uma genuína explosão de cores, descontração e alegria.
Se o que o visitante procura é uma dica de ouro, anote aí este nome: – Marquês de Sapucaí. As arquibancadas e os camarotes do sambódromo recebem centenas de milhares de pessoas interessadas em acompanhar de pertinho a alegria contagiante do desfile das escolas de samba. Ao vivo, o espetáculo é ainda mais impressionante – e quando a bateria passa, é impossível não pular feito pipoca ou se deixar levar pela vibe positiva que toma conta do lugar.
O viajante em busca de uma experiência completa pode fazer parte da celebração, juntando-se à comitiva de uma das escolas de samba e emprestando sua energia para que o evento brilhe ainda mais. Ostentar uma fantasia caprichada e entregar-se de corpo e alma ao samba-enredo e desfilar em meio a sorrisos e carros alegóricos super produzidos que tornam o momento ainda mais emocionante.
A festa se estende às ruas da cidade em forma de bloquinhos e bailes, que arrastam os foliões sob o ritmo das animadas marchinhas carnavalescas – quem quiser diversificar o repertório é mais que bem-vindo aos blocos “Sargento Pimenta”, com músicas dos Beatles, e “Brasília Amarela”, que relembra os hits irreverentes dos Mamonas Assassinas. Em 2018 serão celebrados os 100 anos do “Cordão da Bola Preta”, o bloco mais antigo e tradicional do Rio, marcado por foliões vestindo fantasias ou roupas brancas de bolinhas pretas.
SÃO PAULO – Com centenas de bloquinhos e desfiles deslumbrantes de escolas de samba, a cidade tem sido a aposta de muitos foliões para celebrar o carnaval. A São Paulo dos grandes negócios, dos arranha-céus, do ir e vir da população e da gastronomia de primeiríssima linha também é feita de Carnaval. E o melhor de tudo: a festa paulistana vem crescendo a cada ano. Quer um exemplo? – Em 2017, as ruas foram tomadas por 391 blocos, número que representa um aumento de quase 30% em relação a 2016 e um recorde para o destino.
O bloco “Esfarrapado” é o mais antigo da cidade. Uma banda de fanfarra toca na concentração e o percurso é embalado pelas célebres marchinhas carnavalescas. Outras atrações sempre presentes neste megaevento são os populares “Acadêmicos do Baixo Augusta”, “Tô de Chico” (tocando músicas de Chico Science, Chico César e Chico Buarque), “Tô de Bowie” (dedicado ao cantor britânico David Bowie), “Casa Comigo” (caracterizado pelo repertório romântico), “Domingo Ela Não Vai” (que relembra os sucessos do axé baiano dos anos 1990) e “Vou de Táxi” (com inúmeros hits antigos).
E não para por aí, não! Além desses, há inúmeros outros bloquinhos circulando pela região, garantindo um entretenimento tão diversificado quanto o perfil do público que a visita nesta época do ano.
Outra opção imperdível é o Sambódromo do Anhembi, que, ao longo de três dias, pulsa ao som da bateria de 22 escolas de samba, responsáveis por promover um festival à base de cores, plumas, paetês e alegria transbordante, tendo o samba enredo como um hino de representatividade. O desfile traduz um ano inteiro de trabalho e preparação – e é exatamente por isso que assistir a essa festa ao vivo e a cores é uma experiência quase hipnotizante.
Das arquibancadas, o público não se cansa de aplaudir, cantar e dançar, incentivando sua escola do coração mesmo à distância e contribuindo para dar vida a esse espetáculo anual. Cada vez mais elaborados e surpreendentes, os desfiles refletem o desejo que São Paulo tem de entrar na disputa pelo maior Carnaval do Brasil, assim como o talento todo especial dos paulistas para a diversão.
DICAS DE VIAGEM
Bagagem de mão: Restrições em voos internacionais:
– líquidos permitidos em frascos de até 10 mililitros em embalagens plásticas vedadas;
– pilhas;
– aerossóis;
– fósforos;
– objetos pontiagudos;
– todos os tipos de bebidas;
– medicamentos controlados, só com as prescrições;
– soma das dimensões: até 115 cm.
DUAS COISAS VÃO DEFINIR O QUE VAI NA SUA MALA: O clima do destino e a duração da viagem – se for uma viagem média : até dez dias, planeje em torno de seis partes de baixo, seis de cima, e uma roupa íntima por dia. Conforme as peças: cores básicas são mais fáceis de mesclar;
– para viagens longas: leve em conta a possibilidade de usar a lavanderia do hotel ou até mesmo lavar roupas no banheiro do quarto e, no máximo, dobre o número de peças para viagens médias;
– pense no dia a dia: daquilo que já está planejado e anote tudo que achar essencial para cada ocasião, das vestimentas aos acessórios. Leve artigos de higiene pessoal em sacos plásticos para evitar a bagunça de um estouro. Deixe espaço livre para presentes e prefira as malas de rodinhas, mais fáceis para perambular.
Rosa Oliveira/Colaboração Revista Segue Viagem